Vá tomar exatamente no lugar onde está pensando 2

Finda as eleições muitos terão sido convidados a fazer o que o titulo diz e a troco de nada. A troco de uma pretensa democracia, a troco de uma suposta liberdade de pensamento. As coisas mudam muito rapidamente, as pessoas esquecem com muita facilidade e jogam fora amizades de anos, de uma vida inteira, só porque os discursos não iguais.

Respeito? Ninguém mais o encontra em canto algum.

Vale a máxima de que se o outro não esta do seu lado, ele é seu inimigo, mesmo que durma na mesma cama que você todos os dias.

Os radicais das redes sociais, os valentes do teclado, os doutores da Wikipédia e todos os que sempre estão cem por cento certos, esses são os que depois de quatro anos estarão maldizendo suas próprias escolhas.

Ninguém é obrigado a concordar em gênero, numero e grau com o colega do lado, com o motorista do coletivo, com o empresário, com o candidato alheio, mas devíamos ao menos evitar mandar o amigo tomar exatamente naquele lugar onde ele está pensando.

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Voto secreto 2

- Não voto naquele que tem propostas que não estão de acordo com o meu pensamento, com a minha forma de ver o mundo.
- E eu não voto naquele que pensa que soma dos quadrados do cateto não é igual ao quadrado da hipotenusa!
- E o que isso tem a ver com a porra das eleições?
- Tudo! Você acha que nosso futuro governante não tem que saber Pitágoras?
- Eu não sei...
- Só que você, meu caro, não é um postulante ao cargo máximo, portanto, não precisa se preocupar com teoremas.
- Entendi... Então você só vota em candidatos que tenham no mínimo o segundo grau completo.
- Dou preferencia aos que tem doutorado, são mais letrados.
- Então o seu leque de opções é meio restrito a uma meia de dúzia de nomes, você vai ter trabalho para escolher.
- Nada disso, pois já desenvolvi uma equação que me permite afirmar com precisão matemática o candidato mais preparado. Montei um raciocínio que leva em conta o tempo de vida publica, o grau de instrução, as propostas, o circulo de amizades, a filiação partidária e o numero de viagens ao exterior.
- Como!? Sério isso!?
- Você não entende, pois não sabe o teorema de Pitágoras. Caso o candidato tenha ido a Disney, pelo menos uma vez na vida, ele conhece o Mickey e o Pateta. Agora se ele foi a cuba, é bem provável que tenha conhecimentos suficientes para preparar uma Cuba Libre. São esses pequenos detalhes, que a grande maioria desconsidera, que fazem a diferença.
- Cara você viajou demais nessa maionese ai... Ainda não são nem dez da manhã e você já esta bêbado...
- Esta vendo o pensamento... Você segue a manada, não tem raciocínio logico, repete o discurso da mídia. Montei essa equação levando em conta fatores que para a maioria parecem irrelevantes, mas que não são. É mais cômodo, para os preguiçosos, me taxar de louco ou coisa do tipo, do que colocar a mente para funcionar e aceitar que para votar, hoje em dia, é preciso certa dose de paciência.
- Quanto mais eu convivo com você, menos eu te conheço. A sua equação milagrosa já chegou a um candidato 100% confiável em quem você vai votar?
- Claro que não, nenhum dos concorrentes desse ano foi a Disney. Uma merda quando temos candidatos que sequer sabem o nome dos três sobrinhos do Pato Donald's.

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