Dizem que nada substitiu os laços afetivos que cultivamos na infância, fortalecemos na adolescencia e mantemos quando adultos. O bolo de fubá da tia distante, os bolinhos de chuva da vovó, as frutas das arvores do quintal do vizinho, o copo de geléia do bar do Arnaldo cheio de cerveja, o primeiro porre e todas as outras coisas dais quais não conseguimos nos esquever e nem achar similares ou melhores depois.
Eu tenho as minhas. A lasanha da minha tia, a primeira que comi na vida e a de que mais gostei. Não me lembro bem a receita e na época nem me ligava nisso, mas foi uma das coisas mais maravilhosas que já comi em toda a minha vida.
Nunca mais comi essa lasanha novamente, mas até hoje quando lembro dela, começo a salivar.
É claro que minha tia, puxou a minha vó, é uma das melhores cozinheiras que eu conheço, na verdade é a melhor e ela nem faz isso profissionalmente, mas tirando a minha vó, que era mãe dela, ninguém supera a minha tia. Minha mãe fazia pratos sensacionais, que também aprendeu com a minha vó, mas por ser filha, minha tia teve mais tempo de aprendizado e por isso cozinha melhor.
Lembro-me que minha vó não conseguia fritar ovos, mas fazia todos os outros pratos com esmero e destreza. Minha tia superou a mestra.
Voltando as lembranças, não consigo me esquecer do figado acebolado da minha mãe, que comiamos depois do almoço com pão e muito molho. Sempre pediamos para que ela fizesse molho extra.
A cerveja gelada do bigode, que ficava em frente ao ponto de ônibus e sempre paravamos lá antes de sair, era sensacional. A cerveja era a mesma a de todos os outros bares da cidade, mas o bigode só trabalhava ali e naquela época bebiamos Antarctica, depois mudamos para Skol e hoje sim, eu bebo Brahma.
São tantas lembraças afetivas que discorre-las aqui seria como reescrever a biblia em edição extendida.
Fiquemos por enquanto com estas, eu com as minhas, você com as suas e querendo me conta-las, dividir comigo suas lembranças, comente.