sexta-feira, dezembro 26, 2008

Chove lá fora.

chuva

- E você, como está?

- Estou bem, na medida do possível, vou levando a vida. Sem muitas alegrias mas ao mesmo tempo sem tantos percalços. Vou pulando um obstáculo aqui, desviando acolá e seguindo em frente. Mas o que me conta de novo?

- Conto nada, estamos em igualdade de condições, a luta é a mesma.

- É, essa é a vida.

- E por essas e outras, ainda chove lá fora…

O diálogo surreal é o que ouvimos nos bares, nas esquinas, nos lugares. É o diálogo da vida real, sem tirar e nem por.

Muitos, estão passando pela vida como se ela fosse apenas isso e nada mais, estes, vão levar da vida, o mesmo que estão dando a ela, nada.

O sofrimento, a miséria, a degradação do ser humano e todo o resto, pode ser visto em qualquer telejornal, pode ser lido em qualquer revista semanal e acompanhado em gráficos e ilustrações nos principais portais da internet. Mas a vida não se resume a isso, ela é muito mais.

A vida pode ser o sorriso sincero de uma criança, que por não estar ainda “contaminada”, consegue viver a vida da maneira correta. Pode ser também o brilho nos olhos dos apaixonados, que por estarem “contaminados” com o vírus do amor, conseguem usufruir da beleza das coisas.

A vida está por todos os cantos e em todos os lugares, mas as pessoas insistem em ignora-la se escondendo atrás de seus problemas, suas angústias e aflições. As pessoas sempre tem uma boa desculpa para não viver, mas nunca uma decente para viver, sonhar, realizar, ajudar e ser feliz.

Todas buscam incessantemente a felicidade e não a veem bem ao lado, bem ali onde ela sempre esteve. Recorrem a "magias”, teoremas e formulas, em busca do amor eterno e nada disso funciona, simplesmente porque o amor não é eterno.

O simples nunca serve e para que usa-lo, se as pessoas podem desperdiçar as suas vidas procurando eternamente. Porque se apaixonar pelo que às completa, mesmo não sendo o mais “dotado”, o mais “estável” e o mais bem afeiçoado, se elas podem se apaixonar por aqueles que nunca as notarão.

As pessoas querem sofrer porque o mais rico ficou menos rico, porque o mais belo ficou menos belo, porque o seu ícone, não é mais o mesmo. As pessoas idealizam e seguem essa idealização como se fosse uma meta de vida e se perdem no meio de tudo isso.

Estamos criando a “geração depressão”, a “geração psicose”, a “geração frustração” e com isso, estamos trocando a beleza da vida pela sombra dos divãs, permitindo que outros nos digam aquilo que já sabemos, que nos ensinem a viver a nossa vida.

É como se comprássemos um manual de nós mesmos, como se precisássemos de “pilhas”, os anti-depressivos, para um bom funcionamento e tudo isso pode ser evitado por um simples despertar. Basta um abrir de olhos e um belo sorriso.

E chove lá fora…

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