Em 1913 o presidente estadunidense Theodore Roosevelt recebeu durante a inauguração canal do Panamá, um El Fino, chapéu feito no equador com a palha da planta Carludovica Palmata. Depois desse dia, o El Fino tornou-se moda e todos os homens até a segunda guerra sempre o usavam.
O El Fino já esteve na cabeça de muitas personalidades como Winston Churchill, Kemal Atatürk, Harry Truman, Getúlio Vargas, Tom Jobim, Humphrey Bogart e Clark Gable. Antes deles, Santos Dumont, o pai da aviação, já o usava em 1906.
Mas desde 1913 quando Roosevel agradeceu ao presente recebido como sendo um chapéu de Panamá, que não mais ouvimos falar no El Fino, o famoso chapéu equatoriano. A partir desse dia, nascia para o mundo, o chapéu de Panamá.
Ainda hoje, o chapéu de Panamá é sinonimo de classe em alguns lugares e de boemia em tantos outros, como o Rio de Janeiro, onde aqueles que usam este chapéu, são legítimos integrantes da malandragem ou admiradores do espirito malandro de ser do carioca.
É fato que nada como uma tarde agradavel no ponto central do Rio Antigo, para fazer com que as perspectivas em torno de muitas coisas se alterem e comecei falando justamente do chapéu de Panamá, porque ele foi um dos personagens da história.
Ver o Rio pelos olhos de um não carioca, é sempre mais interessante pois começamos a enxergar coisas que deixamos passar desapercebidas por estarmos concentrados naquilo que sempre vemos no dia a dia. Não observamos com clareza os detalhes mais simples, nas coisas mais comuns e quando somos “apresentados” a elas nos damos conta de que sempre estiveram debaixo de nossos olhos.
Sair de cena por alguns dias, alguns instantes e dar lugar e espaço a um ser descobridor, desbravador, um ser curioso, é a melhor coisa que devemos fazer sempre que possivel. Esse ser curioso, descobre coisas fantásticas. Descobre que um sorriso nem sempre é um sorriso feliz, que as pessoas não são vazias, mas ficam vazias sempre que procuram algo para preencher um vazio que não existe e acima de tudo, que as emoções transformam o tudo em nada e o nada em tudo.
Quisera eu ter poder suficiente para parar o tempo e manter os momentos felizes eternamente vivos e ativos, como na mesma hora em que eles aconteceram, mas não tenho esse poder. O meu único poder é o de estar presente, de não ser ausente quando solicitado e de fazer parte dos momentos, da vida e da felicidade que sempre se estampa nos olhos daqueles que podem apreciar a beleza das coisas simples.
Um copo na mão, um Panamá na cabeça, um brilho nos olhos e a certeza de ter feito parte.