As mulheres não nascem em pedestais, mas algumas são postas em um assim que são descobertas por um desavisado apaixonado, desses que deixa de enxergar todo o mundo a sua volta e só tem olhos para o seu objeto de consumo, a sua Vênus de Milo.
Elas não pedem por isso e até chegam a se espantar com tanta idolatria e devoção, mas não dá para colocar na cabeça daquele pobre homem que ela é um ser humano como outro qualquer, apenas uma mulher de carne e osso e não uma deusa mitológica. Ele não consegue parar de exaltar as tantas qualidades que ela tem, seus inúmeros dotes e sua beleza sem igual.
O amor cria toda a aura adoração daquele homem por aquela mulher e é por isso que no começo dos romances vemos com mais freqüência as declarações, os depoimentos e as comparações. O universo perde em magnitude, as maravilhas da natureza perdem em encanto, nada a supera em beleza e tudo a seu lado torna-se insignificante.
O perigo disso tudo é que se cria um ser inatingível, que com o tempo passa a ser quase que intocável e apenas objeto de admiração e não um ser real, uma mulher com defeitos e qualidades. O homem perde a noção e passa a viver em torno de uma criação de sua mente supostamente apaixonada e a mulher, se não tiver discernimento, passa a se portar e a exigir tudo o que ela pensa merecer por aquilo que ele diz que ela é.
As expectativas são elevadas a níveis estratosféricos, a relação não suporta e um dos dois percebe que toda a magnitude, encanto e beleza, não resistem a realidade.