Era tão comum abrir a janela no inverno, sentir o vento frio e respirar bem fundo que nem me dei conta que chovia torrencialmente. O céu azul não denunciava o diluvio que acontecia e por mais molhado que eu estivesse ainda continuava ali, em pé diante da janela olhando o horizonte. O destino é engraçado demais. No instante seguinte ao nosso término encontrei um lindo par de olhos no meio da multidão.
Todos os dias admirava você dormir e você dormia de forma tão natural que não tinha coragem de acorda-la. Seus cabelos repousavam sobre o lençol, seu rosto marcava o travesseiro e sua respiração suave não deixava dúvidas que como um anjo sem asas você estava ao meu lado. A vida é surpreendente demais. Ela se chamava Patrícia, tinha um metro e setenta de altura, não comia carne e falava francês.
Em nosso aniversário de namoro, quando fizemos cinco anos, levei-a no mesmo lugar onde jantamos pela primeira vez. Você pediu sua salada preferida e uma taça de vinho branco. Provei o novo prato da casa, massa fresca com cogumelos acompanhada de uma taça de vinho tinto. Conversamos por horas a fio, rimos um bocado e saímos de lá com a impressão de que aquela poderia ser considerada como nossa primeira vez. Os acontecimentos são inesperados. Patrícia trabalhava em uma multinacional, morava nos jardins e não sei por qual motivo se apaixonou por mim.
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