Tinha trinta e seis, mas aparentava vinte e três. Tinha vinte e oito, mas aparentava vinte e um. Jogava xadrez como ninguém. Bebia vodca até o amanhecer. Comprava flores no mercado central. Pintava cores imaginarias no céu. Lia os versos impressos no jornal. Comia antes de sair de casa. Fechava a porta antes de dormir. Ligava a TV ao amanhecer.
Ela tinha trinta e seis. Ele tinha vinte e oito.
Ela jogava xadrez como ninguém. Ele bebia vodca até o amanhecer.
Compraram flores no mercado central como ela fazia aos sábados, mas ainda era quinta feira. Pintaram cores imaginarias no céu e nem era feriado. Enquanto ela leu os versos impressos no jornal com uma velocidade nunca vista, ele comeu um sanduiche de queijo.
A porta ficou aberta, ninguém se lembrou de fecha-la antes de dormir. A TV nova ainda não chegou.
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