A cada ano aumenta o escárnio, a falta de respeito e de vergonha na cara. O carnaval, esse em que o povo brinca, se diverte nos blocos e ou descansa, vai bem obrigado. O comércio, a manipulação, a cara de pau e a armação que é o desfile das escolas de samba também vai bem, vai bem mal e não tem mais sentido nenhum.
O desfile das escolas de samba só existe porque existem otários, digo pessoas, que pagam por ele. São gringos deslumbrados, "torcedores" apaixonados e iludidos, rede de televisão e outro tanto de gente que acha que papai noel vira em Dezembro. Não existe essa coisa de espetáculo, de show, de alegria. O que existe é tão somente um mercado que se alimenta, a cada ano de forma mais voraz, de grana, muita grana.
O amor se foi com as cordas dos desfiles da praça onze, com a megalomania dos efeitos pirotécnicos, a "grandiosidade" dos carros alegóricos e a vontade cada vez maior de se ganhar mais e mais dinheiro. Os sambas enredos são "fabricados", seguem um padrão, tal e qual receita de bolo, são todos feitos na mesma forma. Os enredos são patrocinados, leva quem da mais e não quem tem um boa ideia.
Foi-se o tempo em que fazia sentido acreditar que a força da comunidade faria a diferença. Foi-se o tempo em que a harmonia contava pontos e que "buracos" durante o desfile tiravam pontos. Hoje vale o que é combinado nos bastidores alguns meses antes dos desfiles, vale o que se acerta através de notas de cem reais em transferências bancárias para as contas de quem comanda o show e dita as regras. Ganha a escola que tiver mais cacife, a que tiver um caixa maior para "bancar" o show e para ser feliz.
Hoje ganha a Azul, Vermelha, Amarela, Verde e Branco, mas perde-se o que antes era só a vontade de fazer bonito com samba no pé e na garganta.
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