Poderia ser a vida que segue, mas é apenas a àgua que corre pelo seu corpo inerte, entregue ao meu. Àgua que me enche a boca, brilha aos olhos e me faz sonhar com você. Poderiam ser os seus olhos a me fitar, mas é apenas você a me olhar penetrante e instigantemente, com a sua leveza habitual e o seu ar de santa matinal, daquelas que já acordam lindas e prontas para tudo.
Porque não fazemos agora?
Porque temos tanto medo de viver? Porque simplesmente achamos que a vida é para sempre, quando ela não o é, e com isso, vivemos a ilusão da eternidade. Idiotas.
Somos apenas o momento de estarmos vivos para cumprimos o ritual de passagem a que somos obrigados, o ritual que nos diz que temos que viver eternamente presos a um corpo terreno e sem sentido. Vivamos o hoje e esqueçamos o ontem. Me chame e eu vou, sem mais delongas e mentiras, apenas vou e pronto!