Imaginamos que de algum lugar distante, lá no horizonte, assim como que vindo do nada e quem sabe sob uma nuvem de poeira, o nosso grande amor irá chegar. Imaginamos o quão lindo ele será, o quão felizes seremos e o quanto ele nos fará bem.
Enxergamos aquilo que queremos ver, vemos a beleza onde ela existe e principalmente onde estamos querendo que ela exista. Não temos culpa de nossas fantasias, nossas ilusões, nossos amores imaginários. Eles nos fazem bem.
Quando o amor nos flecha, fechamos os olhos para todo o resto a nossa volta e apenas nos preocupamos com a pessoa que acertou em cheio o nosso próprio coração. Sofremos, deliramos e por muitas vezes, não dormimos, só para pensar mais tempo na pessoa amada.
Mas nem sempre o amor é belo e na maioria das vezes, o que nossos olhos não querem enxergar, é o que mais machuca o nosso coração. Deixamos de ver a realidade, quando não somos correspondidos por exemplo, e sofremos por um amor que não existe.
Não queremos ver as falhas daquele que amamos e nem reconhecer que insistir em uma relação defeituosa é o pior a se fazer, e com isso levamos até as últimas consequencias o sofrimento de nosso pobre coração.
Podemos evitar tudo isso, mas não vamos faze-lo, porque estar cegos de amor, é o que queremos e o que sabemos fazer de melhor. Estar apaixonados, mesmo sabendo que é apenas mais um sonho de uma noite de verão, é o que nos faz acordar todos os dias e dizer para todo o mundo ouvir, que estamos vivos.
Quando os olhos não veem ou simplesmente preferem ignorar o que estão vendo, quem sofre é o coração, mas no fim de tudo, é disso o que precisamos para sermos felizes. Não do sofrer, mas do viver a paixão. De sentir as pernas tremer, de suar frio e de não saber o que dizer quando tudo o que queremos é poder gritar que estamos amando de verdade.
Apaixone-se sem a ilusão do amanhã, apaixone-se pela beleza do hoje e pelas lembranças do ontem. Apaixone-se por você e para você!