No momento mais oportuno da vida e por horas a fio, dormir não foi uma opção. A necessidade de limpar a mente, descarregar os pensamentos inúteis e recomeçar foi maior do que a carga de adrenalina que me forçava a levantar. Dormir não foi uma escolha e sim uma obrigação.
Na bagunça do meu interior não encontrei escritos e muitos menos imagens que representassem o momento. Encontrei escombros e neles procurei conforto, abrigo, paz. Precisando de colo, carinho e compreensão me escondi do mundo lá fora e solucei sozinho.
Entrar embaixo das cobertas e por lá permanecer foi fácil e eficaz enquanto o sol não apareceu, depois dele o peso da consciência me lembrou que a roda não deixou de seguir seu caminho. Era eu ou seriamos nós?
Escolhi a resposta errada para a pergunta certa e fiquei preso no mesmo lugar de sempre. Não acertei as dezenas da vida, gastei todo meu saber inutilmente e agora só tenho um corpo vazio para carregar. A alma se foi com o vento.
Às vezes eu só quero me perder por dias infindos até ser encontrado por um sentimento maior. Às vezes eu só quero aquilo que todos têm, só quero voltar a ser eu.
Desculpe-me por não poder me ajudar.