Tínhamos muito em comum, um pedaço de pão e um giz de cera. Vermelho. Compartilhamos o pão, desperdiçamos o giz desenhando corações na parede. O sol se pôs rápido demais.
Ainda não era noite quando adormecemos ouvindo Norah Jones, o começo do indicio do fim. Ninguém adormece ouvindo Norah Jones, ninguém faz nada ouvindo Norah Jones. Nós adormecemos, começamos a decretar o fim quando colocamos o cd da Norah Jones bem baixinho.
Ela tinha hábitos muito peculiares, sempre levantava às seis da manhã, religiosamente. No dia em que levantou as sete percebi que havia algo de errado conosco, pois ela me deu bom dia antes mesmo de escovar os dentes. Um beijo quente, um café frio e palavras desconexas sobre a noite anterior. Ela ainda cantarolou um trecho de alguma canção da Norah Jones que não consegui identificar, mas era cedo demais para raciocinar e tarde demais para salvar o pouco que restara.
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