Caiu bem em cima de mim aquela moça com ar de garota, aquela mulher com ar de quem sabe o quer, aquela lá. A moça do lado direito, a menina da esquerda, a mulher dos mil e um talentos. Caiu bem em cima de mim, mas levantou-se com extrema rapidez e se foi.
Cinquenta anos depois em vinte de janeiro de mil novecentos e noventa e quatro, ela resolveu discutir a relação. Comprou uma penca de bananas, fez um bolo delicioso, comeu tudo sozinha e riu da minha cara quando perguntei por tudo o que nos havia acontecido. Ela era um doce quando tentava ser azeda e um mel quando sorria amarelo.
Aos oitenta anos eu não era mais aquele rapaz da ditadura, aquele ser amargurado, aquele individuo insensível. Aos oitenta anos eu estava mais para James Dean em seus melhores momentos do que para Marlon Brando. E aja capim para nós. Fevereiro foi um mês difícil na lavoura.
Limão a parte ela nunca gostou de rosas, nunca foi a paris e hoje ainda pensa que o céu é longe demais.
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