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Nada tenho contra aqueles que suam e ganham a vida tocando samba e pagode nos bares por aí, mas acho que essas pessoas ou grupos, deveriam pelo menos dar uma renovada no repertório urgentemente.
Na última sexta fui convidado para um “bar com música ao vivo” e ao chegar me deparei com um trio de “sambistas” bem animados. Um tocava banjo, o outro pandeiro e o último tantan.
O que tocava banjo era o “líder” do grupo e “puxava” as melodias com “maestria” e sua voz “inconfundivel”. Eles não eram ruins e faziam um trabalho esforçado no intuito de animar o minguado público, no qual eu me incluia, mas o problema deles e que os destruiu para mim, foi o repertório.
Todo mundo adora os clássicos do samba, mas existem músicas que de clássicos já se tornaram a maldição das rodas de samba. Essas músicas continuam sendo excelentes, mas já estão datadas por demais e se forem executadas sem a companhia de outras canções mais atuais ou menos “batidas”, detonam com qualquer roda de samba.
Quer um exemplo? Eu não aguento mais ouvir “Aquarela Brasileira”, o fantástico samba do Império Serrano, composto pelo grande Silas de Oliveira. O samba é maravilhoso mas de tanto que foi e é executado, se torna repetitivo e maçante ao extremo. Ainda mais quando nem estamos em época de carnaval.
Outras músicas que também são lindas, mas que sozinhas já se esgotaram são “Casal sem vergonha” do Zeca Pagodinho, “O show tem de continuar” do Fundo de Quintal, “Coisinha do pai” do Jorge Aragão e tantas outras.
Essas músicas sozinhas colocam qualquer roda para baixo, porque por mais que o “público” cante e se empolgue, elas já tiveram a época delas mas agora, se forem tocadas em conjunto com outras canções mais atuais ou menos batidas, podem ter de volta os seus cinco minutos de fama.
Antes que me critiquem e atirem pedras, eu amo o samba e suas variações e por isso mesmo falo de cadeira, que os grupos que tocam na noite, devem procurar diversificar seu repertório com músicas menos manjadas mas de igual ou superior qualidade.
Quer um exemplo? Apareça às sextas no Beco do Rato (www.becodorato.com.br) na lapa e ouça o que eu estou falando.
