Hoje a noite quando o sol de for eu não mais estarei por lá a espreita daquela que conquiatou meu coração, apenas porque não acho justo comigo e nem com ela, ficar o tempo todo parado no meio do nada à espera de algo que nunca vai acontecer, a nossa morte.
Passados dez anos desde a última vez em que a vi chorar, eu consigo claramente me lembrar de seus roseos lábios pressionados contra a parede e por de trás daquelas nuvens, ainda posso sentir o seu perfume inebriante a me saudar como quem sauda a um visitante de terras distantes.
Comecei a escrever enquanto sorvia um pouco do meu próprio veneno e ainda não senti os efeitos devastadores do mesmo, mas prometi que assim que os primeiros sintomas surgirem, vou dar logo um jeito de te encontrar e aí morremos juntos. O paraíso eu sei que não existe, mas de certo há algo melhor nos esperando em algum lugar.
Quando conheci a menina mais bela da cidade eu não me imaginava ao lado dela e somente depois do terceiro beijo é que me dei conta de que estavamos juntos. Não foi como eu sonhei ou imaginei, mas foi do jeito que tinha de ser e pronto. Ela estava linda de smoking e a sua gravata contrastava com seu sorriso e com o brilho de seus olhos. Eu coloquei a minha melhor calça jeans, uma rasgada na parte de trás e um chinelo bem confortável, eu estava um lixo, mas um lixo decente e perfumado.
Comemos em um bom restaurante de massas japonês, uma espécie de churrascaria rodizio de saladas, nada comparavel a inimitavel variedade de sentimentos humanos, mas ao mesmo tempo tão interessante quanto o maravilhoso decote que ela estava usando. É, realmente eu estou só.
Por isso é que de gracejo em gracejo, de solidão em solidão, de porta em porta, eu sigo o meu caminho. Não aceito o meu destino mas ao mesmo tempo não me revolto contra ele pois não seria nada saudavel para o meu ego, me desfazer de tudo o que conquistei durante todo esse tempo. Eu estou de volta!
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