Depois que todas as suas piadas se tornaram sem graça ele não teve muita alternativa, tinha de fazer algo para entreter o publico. Decidiu então cantar tristes melodias de um passado distante.
Nossa! Exclamou um mais atento.
O palhaço está cantando! Gritou a plenos pulmões a menina da primeira fila.
E logo todo o circo estava boquiaberto com a grande exibição do palhaço, que de pé no meio do picadeiro cantava canções e encantava uma platéia composta de homens, mulheres e crianças. Mas do que cantar, ele fazia todos sorrirem e com seu canto mostrava que um palhaço pode ser versátil quando assim o deseja.
A noticia logo se espalhou e toda a cidade só queria assistir ao palhaço cantor e ouvir suas lindas melodias tristes. Filas se formavam todos os finais de semana na porta do circo e dono não cabia em si de tanto contentamento.
O palhaço cantava. A platéia adorava.
Meses se passaram e mesmo assim o sucesso do palhaço cantor continuava. Gente de outras cidades chegava para ver o palhaço cantar. Jornais, rádios e emissoras de TV o entrevistaram e levaram o seu nome para os quatro cantos do país.
Turnês foram marcadas, shows em festas, convenções de empresa e participação em programas de auditório estavam programadas. O palhaço cantava, mas infelizmente não de alegria.
Até o dia em que ela sorriu e seus olhos brilharam. O palhaço então encheu o peito de coragem declarou seu amor por ela e nunca mais cantou. A festa acabou.
Na cidade a monotonia e os dias sem graça voltaram a tomar conta do lugar, o circo permanecia fechado e o palhaço, que agora sorria, vagava pelas ruas com o seu amor do lado.