Terminei o meu jantar, me sentei no sofá e tomei mais um gole. Estou bem apesar de todos os tropeços, erros e acertos. Não passei de ano, estou em recuperação.
Um dia eu iria acordar e foi o que aconteceu. Dormi por um bom tempo sonhando com coisas impossiveis e indo contra a tudo o que acredito, perdi tempo e me machuquei um bocado. A mesma vida que ensina, também sabe bater bem forte.
A solidão me incomodava menos, mas hoje ela já não é tão companheira assim. Estou me fragmentando aos poucos, perdendo minha essencia e meu jeito espontaneo de ser. Não tenho mais como voltar aos velhos tempos e nem me reaproximar da raiz.
O caule cresceu em demasia, os troncos não foram fortes o suficiente para segurar os frutos que nunca existiram e as flores caíram com o outono. Que venha o inverno.
O que eu preciso agora é de mim. De tempo para organizar minhas idéias, meus pensamentos e reler as minhas idéias, voltar aos meus conceitos iniciais. Pelo menos aos que se mostraram mais eficientes comigo.
A pergunta que não respondo é o porque me saboto infantilmente. Porque insisto em ilusões sem sentido e me perco de mim nos momentos em que mais preciso me manter coeso. Porque não ouço minha própria experiência.
Um tempo para baixo, uns momentos a sós com meus pensamentos e eu me reecontro novamente.