Testei milhares de bolas antes de me decidir por aquela vermelha. Por horas a fio testei não só as bolas como a minha paciência. Testes idiotas como esse minam aquilo que não compreendo e terminam por liquidar o pouco de sanidade que ainda tenho.
Sem perdão massacrei oprimidos pela sociedade, me mostrei mais forte do que o necessário e infelizmente no meio do caminho estava você, que também foi pisoteada por mim. Não era para ser assim, mas quis o destino ou sei lá a denominação que você dá a isso, que nos encontrássemos.
Sempre lhe pedi para não se colocar entre as coisas pelas quais tenho profundo apreço, pois entre elas e você, quem sai perdendo é sempre você. Jamais trocaria o céu azul, o mar, as nuvens, as estrelas e até as chuvas torrenciais de verão, por um beijo seu.
Vou te amar não só hoje, mas para sempre e por conta disso é que farei de tudo para que permaneça o mais longe possível de mim. Sua presença machuca a alma e corta a carne.
Hoje comemoro, com felicidade, dois anos longe de você e graças a Deus, não sinto a sua falta. Treze bolas vermelhas depois, quatro bolas azuis antes do jantar e um copo de veneno antes de morrer.
Somos felizes por sermos quem sempre fomos, mas até quando seremos?