Infelizmente eu acordo todo dia de manhã com essa cara de pão doce misturado com hortelã. É assim que eu levanto, para o seu espanto, não me escondo de ninguém. Vou a luta e além com minha cara de pão doce misturado com hortelã.
Eu não sei de onde vem essa coisa que ninguém tem, minha cara é muito minha e não é de mais ninguém. Eu me deito toda noite com a esperança que depois, no dia seguinte, minha cara esteja mais parecida com jiló. Mas penso só, sonho só, acordo igual, em mundo desigual.
Não desgosto de pão doce, muito menos de hortelã. Você diz que é mentira quando deito em seu divã. Conto sempre o que acontece e é assim que a gente esquece as agruras que viveu e os amores que perdeu. Não porque acordo assim com essa cara de meu Deus, não porque sou o que sou, mas talvez porque não fui o que eu queria ser.
