A morte me persegue e se não me encontra é porque me escondo bem. Estou sempre por aí, devagar em todo lugar e um dia sei que com ela vou me encontrar. Quando esse dia chegar não vou me preocupar, vou com ela conversar, a saideira tomar e me deixar levar.
Para o céu ou para outro lugar, é ela quem vai decidir, eu só vou seguir as orientações. Vou sem medo, pois a vida não foi brinquedo e fiz o meu papel. Trabalhei duro de domingo a domingo, constitui família, fiz amigos e fui feliz.
O enredo dos meus dias foi viver com alegria. Sempre pratiquei a paz e busquei meus ideais. Lealdade sempre, falsidade nunca e muito menos covardia. Mas um dia, para todos, a morte vem e não adianta correr, o que era bom se acaba.
Quando me virem lá, estirado na madeira, não derramem lágrimas e muito menos cerveja. Façam um brinde ao que fui e as lembranças que vão ficar para sempre nos corações.