- Carolina! Acabou o amor!
- Já olhou na gaveta do armário?
- Eu falei o amor Carolina e não o papel higiênico!
- E eu falei a gaveta do armário e não a dispensa.
- Carolina, ninguém guarda o amor na gaveta do armário e muito menos na dispensa.
- Você não sabe onde guarda as meias, agora vai querer saber onde guarda o amor?
- O amor é meu Carolina, eu guardo onde eu quiser e se digo que acabou, é porque acabou!
- Está bem Alex amanhã eu vou ao mercado e compro mais amor para você e aproveito para comprar também o sabão em pó que já está no fim. Essa marca que você trouxe na ultima compra é muito ruim, deixa as roupas com um aspecto de encardido.
- Pelo visto realmente você não está prestando a mínima atenção ao que estou dizendo e acho que esse é um dos motivos do amor ter acabado.
- Alex, você quer discutir a relação agora, na hora da novela? Quando você está vendo o jogo e eu tento estabelecer o mínimo dialogo, para falar do meu dia, ou do que aconteceu com a mamãe, você me corta na maior grosseria e diz que não é hora. Agora, na melhor parte do capitulo, você quer “conversar”. Faça-me o favor.
- Você venceu Carolina, termine de ver a sua novela e quando quiser conversar sabe onde me encontrar.
- Ok, só não chegue em casa depois da meia noite e muito menos bêbado como da ultima vez.
Muitos relacionamentos estão assim, o amor acabou faz tempo, mas um dos dois finge que não percebeu e a rotina segue. É melhor manter as aparências, o que funciona, do que encarar o fim da relação. Pode ser comodismo, medo e tantas outras coisas, mas nada disso deveria ser motivo suficiente para permitir que uma relação se perpetuasse nessas condições.
Quando chega o fim o melhor a se fazer é admitir e aceitar que existem coisas que não podem ser mudadas. O amor não é infinito, ele tem prazo de duração. Em alguns casos ele dura muitos anos, décadas e em outros um dia, uma semana, um mês.
O que não pode terminar nunca é o respeito, esse deve perdurar mesmo com o fim da relação, pois ele é base para que ambos não se transformem em completos estranhos depois de tanto tempo de convivência.