O entregador de sonhos não veio mais e Mariana parou de sonhar. O entregador de sorrisos abandonou a função e Mariana parou de sorrir. Quando ela se perdeu ninguém sabe, mas ela nunca mais se encontrou. O lobo mau sempre a espreita, o bicho papão que não dá trégua e toda a sorte de perigos sempre foram constantes em sua vida. Mariana nunca foi de chorar, de deixar que a tristeza fizesse morada, mas de repente aconteceu que não teve jeito.
Girassóis azuis enfeitam o jardim em tempo integral quase que da mesma maneira que Mariana fazia quando reluzia. O passado duro ficou para trás, o futuro desconhecido nunca a incomodou, mas o presente de uma hora para outra ficou cinza. Em um piscar de olhos, verdes, tudo mudou.
Mariana entrou em depressão, saiu da depressão, surtou, foi internada, liberada, curada e novamente entrou em depressão. O ciclo virou rotina, os remédios controlados sua ruína e toda a sua beleza foi desaparecendo lentamente enquanto a chuva caía. Mariana hoje é só mais uma mulher como tantas outras perdida em pensamentos desconexos a respeito do nada, vive agitada em seus pesadelos matinais e não pensa em outra coisa que não seja a hora do próximo comprimido.
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