domingo, outubro 02, 2022

Ainda dura

Vinte e dois de agosto de dois mil e vinte e dois. Brasília.

Dossiê da família.

Minha filha. Hoje você completa mais uma primavera e não estará aqui para celebrarmos em comunhão.

Meu filho. Trinta anos depois do seu nascimento posso dizer com todas as letras, silabas e palavras, que foi um erro achar que não daria certo. Estávamos prontos.

Amor. Minha esposa querida. Ano que vem, em quatorze de julho de dois mil e vinte e três, estarei neste exato momento pensando em você. Desculpe, não era para ser assim.

Enfim com minha loucura e meus arroubos de felicidade. Enfim em um quarto vagabundo de hotel a pensar na vida.

Nunca estive certo dos próximos passos e ainda assim fui além. Minha família, minha fortaleza.

Samantha veio ao mundo enquanto chovia torrencialmente lá fora. Ângelo foi uma inconsequência adolescente. Éramos tão jovens, mas fomos tão maduros em conseguir segurar as pontas e seguir.

Quando conheci Roberta já estava pensando em me mudar. Não fui para Londres e muito menos para Amsterdã. Nos casamos em fevereiro com Ângelo sobre os braços.

Bela cerimonia ao ar livre para cinco pessoas, um cachorro e o sol como testemunha. Nunca imaginei que esse dia chegaria. Nossos planos de vida feliz não eram tão bons assim.

O frio lá fora me lembra de agradecer tudo o que construímos, incluindo o barquinho de peças de lego.

Tenho muito orgulho de nós.

Imagem do post: pexels.com/Emmanuel Ikwuegbu
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