terça-feira, dezembro 22, 2009

Montagu

Restaurante novo, mal localizado… Tem tudo para nos surpreender.

 

montagu

 

1 – Atendimento

a – A primeira impressão é a que fica e para uma casa que se propõe a ser do estilo ou do jeito que eles anunciam, o primeiro e crucial erro, foi a escolha do local. Cercado de “restaurantes” de comida a quilo por todos os lados e ao lado de um “botequim”, em uma rua totalmente sem “charme”, as chances de eles conseguirem “deslanchar”, são remotas, mas ainda existem.

b – Fundamental quando se entra em um estabelecimento que se propõe a proporcionar ao cliente, um almoço de qualidade em um ambiente agradável, é o time da casa, aquele que vai lhe prestar o serviço e fazer as honras da casa. O time do Montagu não demonstra nem um pouco de habilidade com a coisa e você fica com receio de contar com eles para pedir uma sugestão de prato ou de vinho para acompanhar o mesmo.

O atendente que nos serviu, só depois de anotar as nossas bebidas é que timidamente, sugeriu o couvert, mas notadamente sem a mínima intenção de servi-lo, pois não fez nenhum esforço para nos explicar o que continha o mesmo ou nos convencer de que seria uma boa opção. Depois dos pratos consumidos, percebi o porquê ele não foi veemente na indicação do couvert.

c – Por atendimento, eu entendo também que tudo o que está sobre a mesa e por nós será usado, pode ser inserido nesse contexto e nesse ponto, eu não vi nada, há não ser o descanso de pratos, que o diferenciasse de um “restaurante” de comida a quilo Tudo bem que as taças e os talheres eram bonitos, mas o guardanapo era de papel e não de pano como seria o esperado. Descaso de talheres? Não. O porta guardanapos, era o mesmo do botequim da esquina, juro, preto, de plástico e que em nada combinava com o ambiente do restaurante e da mesa. E os guardanapos de papel, eram de quinta categoria, desses que você compra em qualquer mercadinho.

2 – Comida

A escolha dos pratos foi realmente difícil, mas não pela extensa quantidade dos mesmos no cardápio e sim pela “diversidade” e “criatividade” do chef. A maioria dos pratos tinha creme de espinafre, ora combinados com legumes à juliana ou com batatas soute. E era isso mesmo e nada mais. Realmente algumas opções eram no minimo tentadoras, como o Filé Mignon ao molho de Ragu e Batata Rosti, o Galeto marinado e o Magrete de pato, mas de resto, as opções eram um tanto duvidosas.

Me apreciaram os molhos das massas, mas não quis me aventurar por elas e escolhi comer o tal Filé ao molho de Ragu com batata rosti (Quase dei sorte). Meus amigos comensais, foram de Paillard achando que iam se dar bem com prato mais “tradicional” e ledo engano, não passaram aperto, mas nem de longe foram bem sucedidos.

Em primeiro lugar, alguém precisa informar ao chef, que a batata rosti pode conter bacon, mas que o mesmo deve ser colocado nas devidas proporções e não ser quase a batata inteira. Isso deixou a mesma extremamente salgada e nem o tal ragu de cogumelos conseguiu dar jeito na coisa. Em segundo lugar, existe uma consistência para a batata rosti e você até pode faze-la mais ou menos seguindo essa pequena “regra”, mas lembre dos outros ingredientes que vão no prato e use isso, na hora de definir em que consistência vai estar a sua batata.

O chef não levou isso em conta e junto com o ragu, a minha batata praticamente virou um purê escuro e de aspecto impressionante, isso sem contar o cheiro que meus amigos diziam ser insuportável e nesse ponto, acho que a culpa foi dos poucos cogumelos que estavam lá para representar a especie.

A carne estava no ponto exato, mas uma mulher teria preferido a mesma muito bem passada e foi o que salvou o prato do fracasso total.

O tal Paillard, pedido pelos meus amigos, não era nem de longe um Paillard, principalmente pelo bife, que estava macio, mas mais parecia uma tripa de carne (maminha por sinal) do que um verdadeiro bife que compõe um Paillard. O fetuchini, dizem, estava no ponto e com um molho de ervas muito bom, mas foi só.

Os preços não eram estratosféricos e acho que o prato mais caro era o magrete de pato, que custava uns 36 reais. No fim morremos em mais ou menos 30 pratas cada um e saímos com a impressão de que devíamos ter ido comer em lugar bem melhor.

Como para tudo sempre se tem uma primeira vez, fica a dica, mas se mesmo assim você quiser se aventurar e der a sorte do chef estar em um bom dia, pode ser que coma bem. Quem vai saber.

Ps.: É inadmissível que um restaurante não tenha ninguém na casa, com um minimo de iniciativa para pelo menos, colocar uma placa ou coisa que valha, no enorme esgoto a céu aberto que se formou na porta do mesmo. Era uma visão desnecessária e que matou tudo o que eu podia ainda ter de consideração pelo local. A culpa nem é deles e de certo, a companhia estadual de águas e esgoto não apareceu a tempo, mas não custava nada alguém ter tentado remediar a situação pelo menos antes e até o fim da hora do almoço.

Ps2.: É uma pena que tudo tenha acontecido dessa forma porque criei uma grande expectativa em torno do restaurante. Queria até dar um desconto por ser novo e coisa e tal, mas depois do esgoto, não deu.

Ps3.: Acabei de ver no site e descobri que os chefs de lá são: Patrick Paul Othon Blancpain e Maria Victoria de Oliveira, ambos renomados e que foram estar em um mal dia justamente na hora de fazer o meu prato.

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