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Sempre é difícil, mas eu saio das minhas crises, não posso e nem vou ficar em crise a vida toda. Tudo passa e elas também.
São tantas coisas que eu deveria ter feito ou deveriam ter acontecido e que não aconteceram ou eu não fiz, que não tem como nessa época do ano, eu não entrar em parafuso. As responsabilidades e os méritos pelas minhas crises são sempre meus, eu não coloco e jamais vou colocar a culpa nos outros ou nos acontecimentos.
Não sou perfeito, nunca quis ser e nem vou ser, mas me cobro demais e sou muito critico em relação a tudo o que eu faço. Ai não tem jeito, quando as coisas não saem do jeito que eu acho que deveriam ou quando não acontece exatamente aquilo que eu imaginei, eu entro em parafusos e caio em crise.
Sei que é tudo uma palhaçada e uma bobagem do meu cérebro. Sei também que eu tenho de parar com essas frescuras, mas eu sou humano e nem sempre consigo me controlar.
Não sou do tipo que cria neuras e teorias da conspiração, como se o mundo estivesse contra mim, prefiro muito mais o recolhimento e o ajuste de contas direto com a minha mente. Só eu e ela. Escuro total. Assim eu me sinto bem.
O sol recarrega as minhas energias para as batalhas do dia a dia e a escuridão total, a falta de luz, me leva de volta ao meu interior e são nestes momentos de interiorização, que eu me curo das minhas crises. Algo para beber e apenas a minha companhia. Só preciso disso para começar a refletir sobre tudo o que aconteceu ou que deveria ter acontecido e ver exatamente onde eu errei ou onde eu acho que errei.
Esse ano em especial, tomei muitas decisões rápidas, em que não tinha tempo para consultar o google ou o ombro amigo mais próximo. Foram decisões tiro rápido, eu e o meu senso critico, tivemos de decidir ali na bucha e foi pegar ou largar. De algumas eu me arrependo, na verdade, tenho a sensação de que se tivesse tomado outra decisão poderia ter feito uma escolha melhor, mas não tenho como voltar atrás e nem quero. Passou, passou e pronto.
Outras decisões foram com mais calma e aí segui o meu coração e o que eu acho ser o certo. Não vou me prostituir ou fazer algo que vá contra os meus princípios. Nunca fui santo e nem desejo ser, prefiro continuar assim, esse ser instável e louco, mas tem coisas que até mesmo eu, prefiro ignorar. Sem moralismos ou frescuras, eu vivo a vida e pronto, dane-se o resto, mas nem tudo pode ser a ferro e fogo.
Tô pouco me lixando para o que pensam a meu respeito e quero mais que se danem todos aqueles que nutrem por mim algum sentimento negativo. Não gostou, apenas abre o caminho e não tampa o meu sol porque eu preciso dele para brilhar.
Respeito os sentimentos alheios, desde que eles não batam de frente com os meus. Se a pessoa é cega e não enxerga a realidade, não sou que tenho que faze-la enxergar. Eu apenas executo a tarefa e não me cobrem nada, porque eu não peço nada a ninguém, me viro com o que eu tenho e pronto, sempre me virei e vou continuar a me virar.
A vida é cruel, ela não escolhe o momento para lhe agraciar, simplesmente ela te dá a chance de ser feliz e você tem que estar esperto para não deixar esse momento passar. Eu já deixei muitas vezes e em outras, acharam que deveriam deixar e aí eu não pude e nem posso fazer nada.
Dizem que nascemos pobres, carecas e sem dentes, que o que vier depois disso é lucro, mas eu discordo. Até nascemos pobres, carecas e sem dentes, mas o que vem depois nem sempre é lucro, se não corrermos atrás dos nossos sonhos e desejos, não teremos lucro algum. Sou contra esses imprestáveis que acham que a vida gira em torno das realizações alheias e que vibram a cada peido do galã da novela das oito.
Essa foi uma das minhas piores crises nesses últimos anos e foi uma das mais complicadas de administrar. Passei por momentos de euforia, de êxtase, de depressão e até de delírios suicidas, mas superei isso tudo. A cada manhã ensolarada eu ficava mais disposto e confiante nas minhas capacidades. A cada noite em silêncio comigo mesmo, eu colocava as poucas ideias em ordem e organizava a vida. Enfim, nada com um dia após o outro.
Hoje eu estou aqui comemorando o fim dessa crise terrível, estou comemorando um novo começo. Vou levantar a cabeça e sorrir mais vezes, vou olhar para o céu e agradecer ao sol e principalmente, vou fazer muito mais do que eu já fiz até hoje. Me aguardem, eu estou de volta.
2009 ainda não acabou e tem muita coisa que ainda posso e vou fazer. Vou admirar a beleza da moça de rosa, o rebolado da morena de azul, os cachos da loira de verde e me apaixonar pela menina de prata.
Vou roubar o coração de quem me quer e conquistar quem não me quer. Vou sorrir e vou chorar. Vou sonhar e delirar. Vou amar e ser amado. Vou roubar um beijo e permitir que me roubem um também. Vou ser cada vez mais eu.
Vou deixar que me acompanhem, mas não vou acompanhar os outros. Vou curtir a vida sem destino e sem me preocupar se o tempo lá fora está bom ou não. Quem faz o tempo que vivemos somos nós, o que faz com que as coisas sejam boas ou ruins é a nossa capacidade de ignorar os idiotas e prestar a atenção naqueles que interessam. Quando realmente interessam, pois nem sempre os interessantes são os mais indicados e em alguns casos, os interessantes é que são os verdadeiros idiotas.
Vou jogar o meu charme para todas que passarem e uma delas há de me olhar. Esse olhar pode ser de espanto ou quem sabe de admiração. Não vou ligar no dia seguinte e nem deixar recados na secretária, eu vou estar lá no dia seguinte, ao vivo e a cores.
É amigos, eu sobrevivi e estou pronto para a próxima, de preferência gelada se for cerveja, na temperatura certa se for vinho e quente, bem quente se for mulher.
É nós que tá, no bagulho onde é que tem que estar!