Como viral de propaganda de cereal matinal ela se instalou em mim. Como uma praga infestou meu peito e me deixou assim, doente.
Como tudo o que fiz foi inútil para tirá-la de mim, conviver com ela foi a única coisa que pude fazer. Mesmo não querendo, mesmo não podendo, mesmo sofrendo, resolvi viver essa coisa toda. Resignado apenas deixei que aos poucos tudo em mim fosse sendo dominado por ela.
Perdi o brilho, à vontade, o desejo e principalmente o gosto pela vida. Perdi amigos, tempo e tudo aquilo que sempre me foi caro. Não ganhei nada em troca da servidão, não tive direito a nada por tudo o que fiz, pelos anos de devoção.
Depois de minha quase morte aqui estou combalido, mas em pé. Ela conseguiu sugar de mim o que pode, mas não tudo e o que me restou me mantêm aqui, ainda com forças para agradecer pelo nada que ela me deu.
