Lá pelos idos de Noel as coisas funcionavam pelo amor ao tema, pelo simples prazer de colocar o bloco na rua. Juntavam-se algumas pessoas, reuniam-se alguns instrumentos e estava feita a festa. O povo seguia alegre e contente cantando, dançando e divertindo-se em um clima de paz.
Não havia salários, músicos contratados, estrutura e muito menos patrocínio. Os instrumentos eram pessoais, não existiam camisas personalizadas e o bloco literalmente era posto na rua e pronto.
Hoje não se fazem mais blocos por amor, não se fazem mais apaixonados por carnaval. A indústria que já tinha tomado conta das escolas de samba conseguiu dominar os blocos de rua. O que antes era simples, hoje é pomposo.
Trios elétricos são os novos carros de som, cercadinhos vip já começam a aparecer e se alguma coisa não for feita caminhamos para homogeneizarmos nosso carnaval tal e qual o da Bahia e seus circuitos.
O que movimenta a roda é o dinheiro e enquanto ele for o principal ingrediente da festa, a festa na teoria será do povo e na pratica de quem puder pagar.