Quando se ama em demasia o amor pode transbordar do peito. Quando o amor ultrapassa as fronteiras do coração e chega a níveis além dos aceitáveis, ele pode se transformar em uma doença. Em alguns casos grave e sem cura, em outros tratável com o tempo. A pior fase é quando ele cega e nos impede de enxergar aquilo que acontece a nossa volta.
O amor desmedido, vazio e focado apenas na idealização do outro, que não existe, nos leva a viver uma vida baseada em nossos ideais de perfeição. Como esses ideais não se sustentam por muito tempo, a desilusão bate forte, pois o outro não é como queremos que ele seja. Esquecemos sempre que o outro tem livre arbítrio e vontades independentes das nossas.
Esperamos atitudes de contos de fadas, momentos cinematográficos e palavras dignas de um poema. Sufocamos o outro em busca de mais espaço para o amor que já não cabe em nós. Deixamos de perceber as necessidades de nosso par achando que podemos controlar todas as situações com a intensidade de um sentimento que se encontra combalido.
É difícil identificarmos os sintomas de um amor doentio ou admitir que passamos dos limites, rompemos as barreiras. Quando conseguimos acalmar o peito e ver as coisas como elas são realmente, tudo tende a se alinhar e se for verdadeiro o amor vai encontrar sua medida.