Defendem alguns teóricos da coisa, estudiosos e sonhadores de plantão, que a busca pela felicidade deve ser constante e durar enquanto houver necessidade. Não sou contra esta corrente, até porque não vou parar para tentar de alguma forma contesta-la. Temos direito as escolhas e a vida nos permite isso, nos dá essa possibilidade de experimentar novos caminhos, de buscar outros rumos, faze novas descobertas.
Independente do modo como fazemos isso, mesmo sabendo que não devo, ainda me surpreendo com a intensidade como alguns resolvem viver essas etapas, como as celebram fazendo parecer que serão únicas e meio segundo depois já estão maldizendo o que antes era maravilhoso. Ou ainda, celebrando o novo como se o anterior não tivesse existido.
Então quer dizer que toda a empolgação, os fogos de artifícios, as juras, as declarações e todo o resto eram falsos? Não ou nem sempre.
Infelizmente é isso que parece na maioria dos casos. O maior e inesquecível amor do mundo vira cinzas antes da meia noite e como que em um passe de mágica um novo e maior inesquecível amor do mundo aparece. Não há a preocupação com o outro, nem sei por que deveria existir, mas acho que seria o mínimo. Não há a preocupação com o futuro, com o próximo maior e inesquecível amor do mundo e isso, eu acho, é porque se imagina que o atual dure para sempre.
Como a garantia de eternidade das relações não existe, penso ser de bom tom que os arroubos de felicidade e paixonite aguda sejam medidos, não tolhidos, mas pensados em prol de uma sequencia sem picos de extrema paixão a cada troca de par. A vida é um abrir e fechar de portas, com certa dose de suavidade.
