O medo que as pessoas têm de assumir aquilo que estão sentindo, me intriga. O medo de se permitir ou de simplesmente deixar o sentimento fluir. Muita gente esconde os sentimentos por conta de toda uma espécie de pré-conceitos e preconceitos que já vem enraizados e com isso perdem a chance de ser feliz.
“Eu não devo fazer isso porque alguém disse que era ruim”, “Eu não devo fazer aquilo porque alguém disse que aquilo é ruim”. A pessoa não se permite, não experimenta, não tira as próprias conclusões, não se expõe. Ela apenas segue um padrão imposto por alguém que ela nem sabe quem é, mas que ela acha que é o que ela tem que seguir.
A pessoa se coloca em situações que não condizem com o que ela sente, com o que ela tem por dentro e está querendo, ela faz porque acha que é o que deve ser feito. Com isso ela vai se magoando, se privando, se machucando e sofrendo. O pior é que outras pessoas são envolvidas nessa magoa, nessa privação, nesse sofrimento. Ao mesmo tempo em que se quer uma coisa, a pessoa força-se a não querer.
Mesmo achando que não deve, no fundo a pessoa sabe que será bom se ela tentar e por isso, fica aquela coisa dúbia, a incongruência e nunca se chega a um denominador comum. A pessoa perde-se em uma seara de coisas advindas de extensos manuais que para nada servem, não desenvolve seu próprio livre arbítrio, vive de se tolir.
Alguém em algum momento disse que era isso e pronto, ela acreditou nisso tão piamente que nunca parou para se perguntar os fundamentos de tal afirmação. Nunca houve um questionamento, uma dúvida, um enfrentamento. É isso e pronto. Não existe um critério, ela simplesmente tem vontade, mas inibe essa vontade porque ela sabe que se um dia ousar dar vazão a essa vontade irá contra tudo o que sempre acreditou.
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