E eu só preciso parar um pouco, tomar folego e continuar. Isso. Toda caminhada, de alguma forma pode ser prazerosa ou dolorosa, depende de como a encaramos e das atitudes que tomamos ao longo do percurso. Decidi inverter a ordem das coisas passando a focar mais na mente e menos no resto. Cinquenta e cinco dias depois eu já estava morto de sede e desesperado por encontrar uma saída, uma indicação de que minhas escolhas eram as mais acertadas.
Sem placa e sem indicação alguma continuei a caminhar até perceber que as flores de plástico também morrem. Os titãs sempre estiveram errados. Eu estava morrendo, mas só me dei conta disso quando respirei fundo e não ouvi nada ao meu redor. Não havia mais carros, avenidas, pessoas, risos, choros, nada. Eu estava sozinho em meu próprio deserto, naufrago entregue a própria sorte, desorientado e com medo.
Hoje durmo com a luz acesa, bebo três copos de agua ao amanhecer e sonho com pássaros na janela. O que é essencial ainda me é muito caro e por isso decidi cuidar mais da parte interna, deixar de demonstrar tanta força e admitir que por dentro preciso consertar muita coisa.
Imagem do post: Tumblr / #burbb
