terça-feira, outubro 27, 2015

Sensual como um pé de alface

sensual como um pe de alface

Acordou, levantou, deitou, abriu os olhos, levantou, lavou o rosto, deitou, bocejou, suspirou com preguiça e desdém, olhou ao redor, ainda estava escuro lá fora, mas ela não sabia as horas, não estava preocupada, só precisava voltar a dormir.

Voltou a dormir, não estava preocupada, não sabia as horas, mas ainda estava escuro lá fora, olhou ao redor, suspirou com preguiça e desdém, bocejou, acordou, levantou, deitou, abriu os olhos, levantou, lavou o rosto, deitou.

Ela vestia o mesmo pijama de flanela, o pijama verde de flanela que a acompanhava desde a adolescência, quando ela aprendeu que os pijamas eram confortáveis e ideais para não sentir frio à noite, mesmo no verão, quando o ar estaria ligado na máxima potencia. Ela nunca teve a mínima vontade de ser ou de parecer, nunca teve vontade de mostrar ou de empolgar, ela só queria dormir em paz.

Tão sensual quanto um pé de alface. Isso foi o que lhe disse seu ultimo namorado, o que suportou dormir ao seu lado por mais tempo e o que ela mais admirou, porque nunca se preocupou com lingeries e coisas do tipo. Ele detestava o pijama verde, mas a amava a ponto de não criar nenhuma celeuma.

Uma noite ela achou que poderia ser diferente e não vestiu o pijama, deitou-se na cama como veio ao mundo e ele a abandonou. Foi aí que nesse dia ela acordou, levantou, deitou, abriu os olhos, levantou, lavou o rosto, deitou, bocejou, suspirou com preguiça e desdém, olhou ao redor, ainda estava escuro lá fora, mas ela não sabia as horas, não estava preocupada, só precisava voltar a dormir, sem roupa, mas muito feliz.

Imagem do post: Tumblr / #burbb

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