Falar de mim ou fazer bravatas se valendo do meu status é algo muito fácil, mas ser o que eu sou e fazer o que eu faço é que é algo muito complicado. Sempre que encontro com pessoas tentando crescer as minhas custas, só posso sentir pena dessas pessoas, porque elas apenas estão se iludindo ao achar que podem chegar perto dos meus feitos.
Eu não preciso me gabar, não sou mais esperto que ninguém e muito menos melhor, apenas faço o meu com tranquilidade e sem me preocupar com o que os outros vão ou podem pensar de mim. Cada um é livre para ter as suas opiniões, assim como eu sou livre para fazer o que me der na telha.
A questão é que tenho de me dividir em três e cada uma dessas partes de mim, tem uma personalidade distinta, o que torna a missão um tanto quanto complicada. Tenho que dar conta do Jorge, que gosta das regras e dos padrões, dar conta do Fernandes, que adora uma festa, um agito e uma bebedeira. E por fim ainda tenho que conviver com o Filho, que é totalmente familia e se preocupa com a vida cotidiana.
Esse fim de semana, o Jorge foi as compras pela manhã, o Fernandes foi a um casamento. No domingo o Jorge ficou de bate papo na internet e o Fernandes pediu vinho para beber a noite. De madrugada o Fernandes assumiu o controle e ficou escrevendo no Blog, bebendo vinho e ouvindo Gal Costa.
No feriado, o Jorge foi ao mercado, o Filho fez o almoço e o Fernandes resolveu tomar uma cerveja a tarde com um amigo para clarear as idéias. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que fica dificil controlar estas minhas três personalidades, que se manifestam de forma espontanea e quando eu mesmo espero.
Já tentei juntar as minhas três partes em apenas uma, mas não deu, elas se completam em separado e não conseguem viver em conjunto. O Jorge no bar não se diverte, fica preocupado com o teor alcoolico, com a conta, com a gordura do petisco e outras coisas. O Fernandes é criativo mas não se liga muito nas coisas de casa e o Filho, é caseiro demais para qualquer coisa diferente do que seja ficar no lar com a familia.
Portanto, aturar essa loucura que é a minha mente, não é mole não.
Ps.: É por isso que de vez em quando, eu escrevo essas coisas que nem eu entendo.