Porque bater na minha porta se não deseja entrar? Porque se convidar para a festa se não deseja participar? Porque se inserir em mim se não tem vontade de ficar?
Faz do seu jeito as coisas que tem de ser feitas e me permite fazer do meu jeito as coisas que não escolhi fazer. Permita-me fechar a porta que não pedi para abrir, terminar a festa que não comecei e tirar de mim, você que se inseriu de um jeito que fica difícil arrancar do peito.
As coisas são assim mesmo, sem explicação acontecem e depois terminam. Vamos conversar por horas a fio e nunca vamos entender, vamos ficar juntos por toda madrugada e nunca vamos bastar. Ambos não precisamos de nós, mas deveríamos nos ter. Pelo menos era isso que eu queria.
Falar sobre e a respeito, me faz bem, alivia a alma e trás calma. Falo comigo mesmo e com meus pensamentos, eles conseguem me fazer compreender aquilo que não sei. Eles me ajudam a encontrar as respostas para as perguntas que não vou fazer.
Eu que sempre refutei quando decidi avançar, me vi impedido de continuar e acho que foi bom poder perceber que existe algo além do meu querer. Algo além do meu desejo de construir, algo que não destrói castelos porque eles não existem.
Uma lufada de ar puro no rosto, um copo cheio na mesa do bar mais próximo e bola para frente. Não sou exclusivo nessa seara e nem essa será minha última derrapada. De quando em vez é bom tomar um banho de água fria.