Suas mãos frágeis percorrem meu corpo, acham meu dorso, acariciam meu rosto. Suas mãos, frágeis como cristal, permanecem em mim e assim, como quem nada quer e tudo tem, permaneço em ti.
Seu olhar longe encontra o meu e fica mais distante. Seu corpo perto se distancia e fica mais próximo. O meu calor é chama, inflama. O seu desejo é impuro, improprio para o horário nobre.
O meu saber exato se confunde com o seu desconhecimento, no mesmo instante em que nossas bocas se misturam. Sua saliva em mim, meus fluidos em você. Nós e os lençóis.
Adormecemos e maldizemos o tempo perdido a espera do que nunca foi dito.