Elas podem ser ditas, mas nem sempre o são com sinceridade, na maioria das vezes são ditas apenas por conta das convenções que fazem crer ser necessário dizer algo, mesmo que isso não corresponda à realidade.
Vemos então a banalização das declarações românticas, as trocas de migalhas de afeto e a ilusão do “eu te amo”. Nunca se viu tanta depressão por causa de um amor não correspondido ou perdido, nunca se viu tanta dor e ao mesmo tempo desejo por algo que não se conhece.
As cartas que levavam dias para chegar a seu destino foram substituídas por emails e mensagens de celular, que chegam em segundos e são interpretadas com a mesma rapidez. Acabou-se o tempo de reflexão, a resposta tem que ser rápida, imediata, pois se corre o risco da perda. A perda do contato instantâneo, da conexão.
Com a mesma rapidez com que se deitam, as pessoas se levantam e saem, cada um para um lado e no minuto seguinte todas as palavras de amor, antes ditas com um único propósito, se perdem.