Coisa de dias, sendo mais preciso, dois. Estivemos naquele restaurante italiano que você adora e pedimos o seu vinho preferido. Acho que foi o meu, sim, foi o meu vinho preferido e não o seu. Você gosta dos vinhos do novo mundo e eu prefiro os clássicos. Nada contra as suas escolhas, a massa estava divina, mas com relação aos vinhos, tenho certeza de que os do novo mundo, salvo raríssimas exceções, ainda precisam comer muito feijão com arroz para se compararem aos do velho mundo.
Você nunca mais usou aquele vestido de alças finas, eu adoro quando você o usa juntamente com as sandálias de salto, aquelas de tiras finas que realçam seus lindos pés. Aquele vestido em você valoriza ainda mais suas curvas e salienta partes da sua anatomia que não deveriam nunca ficar ocultas. Sei que você não gosta quando falo assim, pois pareço um menino diante de algo mágico e inalcançável, mas não tenho como evitar ao estar diante de ti.
Errado eu pensar que aquele dia foi o ultimo porque não conseguimos manter um dialogo franco durante todo o tempo em que estivemos juntos. Errado eu pensar que a culpa pelo fim foi de um de nós dois. Quando há um termino, nem sempre há um culpado. As relações sejam elas profissionais, de amizade e ou de amor, terminam. A existência não é eterna.
Há dois dias voltei para a mesma casa em que fomos felizes por quinze minutos, enquanto apareciam os créditos do filme que assistíamos. Há dois dias não sei mais o caminho a seguir, ou volto para o nosso lar ou me perco em algum lugar. Tenho dormido no sofá e terminado as noites bebendo vodca barata e comida congelada. Perdi a vontade de lutar por aquilo que nunca seremos.
Hoje dá vontade de pegar o telefone, te ligar e cantar a nossa canção, mas essa vontade passa toda vez em que olho para o nosso retrato na estante e vejo você sorrindo ao meu lado.