- O começo de tudo foi também o final
- Não senhor, o começo de tudo foi apenas o começo, o final você é quem está dizendo ou quis assim.
- Quis? Não aconteceu nada.
- Não porque você não tem coragem de me abandonar.
- Eu? Mas não estou abandonando ninguém, você é que está colocando as coisas dessa forma.
- Que forma? Você quer terminar tudo, diz que o nosso começo foi o nosso final e agora a culpa é minha? Faça-me o favor.
- Você está totalmente certa, como sempre e eu, totalmente errado, como sempre.
Grande parte das frustrações se resume a busca por culpados. Não conseguimos simplesmente dar um fim ou um começo a nada sem que alguém seja eleito como o responsável. Essa necessidade de achar que colocando a culpa em alguém diminuiremos o peso das coisas é o que nos leva a querer respostas para perguntas que não existem.
Quando acontece o encontro, ele simplesmente aconteceu, ambos tiveram parte e foram responsáveis para que desse certo, para que continuasse. Não houve o mais receptivo ou o mais desejoso, os dois quiseram e fizeram acontecer. Quando acaba o encanto, a mesma coisa acontece, pode ser que um queira mais que outro, mas no fundo ambos sabem o que está prestes a acontecer.
Temos de parar de tentar encontrar explicações para os sentimentos, pois eles apenas devem ser sentidos e nada mais.
