Estaria mentindo se dissesse que estou aqui, porque sei que não estou. De coração e com todo o meu sentimento, quero dizer, neste momento, que não estou onde deveria estar e talvez, isso, talvez, porque não tenho certeza, nunca estive. Deveria, mas não consegui. Motivos devem haver vários, mas não vale a pena falar sobre eles agora, até porque não sei quais foram eles. Prefiro pensar que as coisas foram acontecendo e só.
Houve um tempo em que eu me importava com o tempo lá fora, olhava o céu e pensava nas nuvens escuras, desejando o céu estrelado. Esse tempo passou tão rápido que nem percebi o quanto crescemos desde então. Desde a ultima corrida em volta da praça que não tenho mais vontade de observar o céu, perdi o gosto pelas coisas simples, o gosto pelo que me fazia bem.
Paira certo medo no ar quando consigo respirar fundo e o ar não vem. É um medo de não mais pertencer aquilo que sempre me foi caro. Felizmente o medo passa, mas a vontade de voltar a ser quem eu sempre fui não e é essa que sempre aparece em meus pesadelos.