O bom de voltar é que não preciso mais me preocupar com outras bobagens do cotidiano. A vida parece ser bem mais fácil e tranquila, os carros passam mais devagar e as pessoas sorriem sempre. Nunca pensei dizer que estou feliz por ter voltado, mas estou e muito. Ninguém vai entender, mas não quero a compreensão e muito menos o entendimento de quem quer que seja. Para mim basta saber que estou bem e que sou feliz, o resto é irrelevante.
Do ponto de vista psicológico da coisa, meu terapeuta tentou me avisar diversas vezes que eu não tinha muita escapatória se não mudasse meu ritmo de vida. Legal da parte dele e totalmente desnecessário, pois não era para isso que eu o estava pagando. Eu não estava atrás de conselhos e sim de soluções. Eu podia muito bem resolver meus problemas externos, lidar com minhas dividas e aturar toda a idiotice reinante no mundo, mas precisava dele para me ajudar com o interior, o meu intimo.
Fazia tanto tempo que não relaxava na varanda olhando o verde do parque, tanto tempo que a ultima vez que me vi nesta posição, como estou agora, jogado na espreguiçadeira, foi exatamente no dia em que decidi largar tudo.