Eu me importo e por me importar faço drama, caio na lama, não me controlo, perco o tino, vou ao solo, desconsolo, desconsidero e fico assim, sem rumo, sem razão, pobre cão sem dono. Flerto com o abandono, com os ditos e não ditos do que devia, mas não foi, do que é, mas ficou para depois. Eu me importo, não com a situação, com a questão, mas com o que me é caro, você.
Humanos, esses seres, erram, eu sou um deles. Você reclama, mas entende, compreende, ou esconde, sufoca e na ânsia de não descarregar, de não forçar, releva. Por dentro eu sei que aperta, dói, machuca, quer sair, mas você contém, será que lhe convém? Seria tão mais fácil, ou não, deixar claro, ser exata, mas não é preciso, pois dá para ler, ouvir, sentir, que a insatisfação está ali e eu sou o causador dela, o culpado de toda a frustração, de todo o desalento.
Quem sabe a proximidade não seja o nosso repelente natural, o escudo que nos protege de nós mesmos. Quem sabe tudo não esteja ali, sempre no mesmo lugar e nós não consigamos enxergar. Sempre fui de extremos, de norte e de sul, de Oiapoque e de Chuí, mas nunca fui de ser menos, de ser pequeno, de ser metade e não ser inteiro.
O tal do ser verdadeiro, sincero o tempo inteiro, por muitas vezes faz estragos, mas é a minha essência, o que faço de melhor. E dentro da seara de coisas raras, pessoas vazias e sentimentos fingidos, não sei ser quem eu nunca fui. Eu me importo a ponto de chorar.
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