- Você mudou.
- Eu? Mudei? Por quê?
- Porque mudou. Antes você era mais presente, mais participativo. Antecipava movimentos, não esperava os acontecimentos. Hoje você está distante, frio, impassível.
- Não acho, estou como sempre estive, sem tirar e nem por.
- Tudo bem, eu respeito a sua mudança, faz parte. Todos mudam.
- Já lhe disse que não mudei, continuo o mesmo.
- Não tenha medo da mudança, você não me deve explicações, é uma coisa sua e eu respeito suas decisões.
- Bom, não vou ficar aqui discutindo com você sobre algo que não aconteceu. Mais uma vez, eu não mudei, continuo sendo a mesma pessoa de antes. Posso ter adquirido algumas novas características, ganhei peso, cortei o cabelo, comprei roupas novas, mas não mudei nada além disso. A essência, aquele cara que sente as coisas e não esconde, aquele cara que não tem medo de demonstrar suas emoções, aquele que não faz rodeios quando quer dizer alguma coisa, aquele que é sincero, esse, ainda continua existindo. Talvez você é que nunca tenha percebido que eu sou desse jeito, e agora que se deu conta, acha que mudei, coisa que eu nunca fiz, porque sempre fui assim.
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