No meio da multidão nada mais importa, são apenas segundos de atenção, flashes de um passado recente, vontade de pertencer e não existir. O que assusta é a velocidade com que as coisas acontecem, o modo como elas nos surpreendem e nada podemos fazer a respeito. Assusta perder o controle, assusta não se achar no meio da multidão, assusta deixar de sentir e não mais se importar com as consequências.
O medo deve fazer parte, sempre, ele é quem nos mantém intactos, mas não deve ser o senhor de nossas ações. O medo não pode nos guiar para as sombras e nos colocar na reclusão. Ou ele atua como nosso aliado ou transforma-se em instrumento de destruição. Deve prevalecer à vontade de compartilhar, de estar presente, pois a vida nos pede a interação, o contato.
É certo que por muitas vezes, em muitos momentos, vamos fraquejar, refutar, mas a constância nos fará continuar, prosseguir. É certo que os planos não darão certo em todas as tentativas, mas nem por isso devemos parar de tentar e acreditar. Sonhos podem ficar na memoria distante ou serem transportados para o presente e fazer parte da realidade, depende apenas do quanto queremos que eles aconteçam e do que estamos dispostos a sacrificar por eles.
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