O papa não aprova os meus métodos, o que diria você, tão condescendente com as coisas que não compreende, tão exata com suas teorias, manias e modos de se expressar e pensar. O papa não aprova muita coisa, mas releva outras tantas, ignora um monte fazendo vista grossa para detalhes tão pequenos e fatos tão marcantes. Ele apenas representa o que a maioria espera que ele represente, ele é o que querem que ele seja e nada mais. Suas aprovações, suas decisões, têm tanto efeito quanto um tratado assinado e desfeito em um piscar de olhos. Ele somos nós, ele representa apenas aquele que pensa saber p que é melhor para nós, mesmo que para isso tenha que seguir caminhos que não condizem com o mundo atual.
Você não compreende tanta coisa, não conhece tanta coisa, não verbaliza suas impressões, seus atos, seus gestos, suas neuras e mesmo assim, eu a enxergo tão por dentro, tão intimamente, que posso antecipar seus pensamentos. O papa não aprovaria, mas não me importo, não é da conta dele o que fazemos em nossos pensamentos, em nossos momentos. Queria tanto que fosse mais fácil penetrar e sair, entrar e ficar, tocar e guardar, sentir e poder externar.
E pensar que nem eu, nem você e muito menos o papa, estaremos certos. Você impenetrável, indecifrável. Eu direto demais, indireto em excesso, dramático em demasia. Nós, essa coisa indefinida, esse pedaço de começo que não tem meio e jamais fim.
A teoria de nossos dias felizes é a realidade de nossos dias nublados, ninguém ganha, ninguém perde, todos convivem e a vida segue.
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