Tudo vira motivo, todos tem razão e no fim, continua-se na mesma. Ninguém sai do lugar e estamos conversados. Li um texto sobre um cachorro de pequeno porte, desses barulhentos, que ao avistar um Pit Bull resolveu ataca-lo e saiu latindo, chamando o para a “briga”. É claro que ambos estavam em suas coleiras, seguros pelos donos e o Pit Bull, como que não entendendo nada ficou olhando o pobre cachorrinho se esgoelar e avançar em sua direção, mesmo sem conseguir por estar sendo seguro. Vendo o desespero do seu pobre cachorrinho o dono resolveu soltar a coleira e permitiu que ele fosse de encontro ao Pit Bull, mas tão logo se viu “livre” o pequeno animal parou de latir e se escondeu.
É um pouco disso que está acontecendo hoje em dia com a ajuda da internet e das redes sociais. Elas funcionam como a coleira funcionou para o cachorro pequeno, dão a “segurança” para que as pessoas destilem suas bravatas, seus comentários e suas frustrações sem importar com o resto. Todos se transformam em senhores supremos e não importa o motivo, pois tudo é motivo, cada opinião divergente é o estopim para uma nova guerra, que começa com argumentos e termina com xingamentos.
O que realmente deveria ser tema de debate é relegado a segundo plano e o que se discute são subjetividades que não acrescentam nada a ninguém. Criam-se teorias sobre o nada, filósofos tentam qualificar o que não existe e a mídia cria uma novela em busca de audiência ou cliques e “curtidas” na rede social da moda. O problema não é o lado A ser mais dramático que o lado B ou o lado B ser mais insensível que o lado A, o problema é ambos não se respeitarem e ignorarem o que não deveria ser ignorado.
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