Depois de sorrir, ela olhou para trás e se levantou da cama.
Já estava dormindo há mais de dez horas e o momento de se levantar e encarar a vida era aquele.
Amanda Junqueira Almeida de Souza, nome pomposo para uma mulher simples. Uma mulher que acorda de cabelo em pé e sem maquiagem no rosto. Uma mulher que chora vendo novela e não acha a mínima graça das cantadas de pedreiro que ouve por aí.
Ela foi escolhida em um processo seletivo para ser a nova executiva da grande multinacional de produtos importados da China e não estava apenas feliz com isso, estava radiante e novamente disposta a assumir a sua condição de dona senhora da situação.
Havia terminado o namoro com o Carlos há doze horas atrás e isso a dava forças ainda maiores de encarar de cabeça erguida, mas esse novo desafio. Amanda realmente estava pronta para o que desse e viesse.
Não fosse ela essa mulher apaixonante e talvez nada disso ocorresse. Não fosse Amanda um poço de inteligência no corpo de uma deusa e talvez ela agora não estivesse sentada em sua sala de alguns metros quadrados contemplando o mar e vendo o horizonte.
Enfim, pensou Amanda, mais um longo dia para se ter alegria.