quarta-feira, junho 22, 2011

Eu não como carne

Também não bebo água, sucos naturais e vodca nacional.

eu nao como carne

Há muito tempo atrás comecei a correr como um louco em direção aquilo que me faz bem. Descobri milhares de coisas sobre como eu posso me tornar o mesmo ser que sou de maneiras distintas.

Descobri que o muro que me separa daquilo que penso saber não é tão alto, posso chegar até ele sem dificuldades e obter do outro lado, assim que pular, o conhecimento necessário para continuar me iludindo mais um pouco. Tentei olhar ao longe, mas só vi uma luz bem fraca lá no fundo e fiquei com medo de seguir adiante por um caminho desconhecido. Hesitei, confesso.

Não falhei

Sete dias por semana são o suficiente para limpar o corpo e a alma de todos os males, mesmo que esses males não existam ao certo, pois não passam de elucubrações do acaso. No caso, o acaso é tudo aquilo plantado em torno de algo que existe, mas não deveria incomodar.

É por isso que com precisão milimétrica cronometro o tempo em que vou permanecer acordado olhando para o céu enquanto a grama molhada reflete os raios de sol que teimam em me queimar a pele. O esforço usado nesta tarefa é tão grande quanto o esforço usado para se levantar todos os dias ao amanhecer.

Quem vem de lá

Me virei duzentas vezes em vão para contemplar a vista da janela, conseguindo absorver o impacto da lua da noite anterior. Um espetáculo de luzes e cores no céu me mostrou o quanto as coisas são do jeito que são, porque tem de ser do jeito que são. Apenas isso e nada daquilo que você acha que pode ser.

A partir do meio dia do primeiro ano do fim de nossas vidas, eu garanto que não como carne.

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