Também não bebo água, sucos naturais e vodca nacional.
Há muito tempo atrás comecei a correr como um louco em direção aquilo que me faz bem. Descobri milhares de coisas sobre como eu posso me tornar o mesmo ser que sou de maneiras distintas.
Descobri que o muro que me separa daquilo que penso saber não é tão alto, posso chegar até ele sem dificuldades e obter do outro lado, assim que pular, o conhecimento necessário para continuar me iludindo mais um pouco. Tentei olhar ao longe, mas só vi uma luz bem fraca lá no fundo e fiquei com medo de seguir adiante por um caminho desconhecido. Hesitei, confesso.
Não falhei
Sete dias por semana são o suficiente para limpar o corpo e a alma de todos os males, mesmo que esses males não existam ao certo, pois não passam de elucubrações do acaso. No caso, o acaso é tudo aquilo plantado em torno de algo que existe, mas não deveria incomodar.
É por isso que com precisão milimétrica cronometro o tempo em que vou permanecer acordado olhando para o céu enquanto a grama molhada reflete os raios de sol que teimam em me queimar a pele. O esforço usado nesta tarefa é tão grande quanto o esforço usado para se levantar todos os dias ao amanhecer.
Quem vem de lá
Me virei duzentas vezes em vão para contemplar a vista da janela, conseguindo absorver o impacto da lua da noite anterior. Um espetáculo de luzes e cores no céu me mostrou o quanto as coisas são do jeito que são, porque tem de ser do jeito que são. Apenas isso e nada daquilo que você acha que pode ser.
A partir do meio dia do primeiro ano do fim de nossas vidas, eu garanto que não como carne.