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Finalmente acordei do meu sono de dois minutos. Acordei e não lhe vi ao meu lado, estou só. Não sozinho, apenas só, pois posso ver seus pés no corredor a me fitar como se estivessem a minha espera.
Levantei-me depois de horas e agora sim estou sozinho, você se foi me deixando com todas as lembranças dos dias de chuva quando o sol teimava em sucumbir às nuvens cinza.
O frio meu eterno companheiro das horas insones nunca me abandona e aquela velha garrafa de uísque me espera desde que comecei a observar os peixes do aquário com os olhos de quem quer devorá-los. Estou perdido dentro de mim e não sei como me achar.
Porque me dá medo saber que as coisas podem não ter volta? Me dá medo perder a noção de realidade e embarcar em uma ilusão perigosa. Ilusão que pode me isolar do mundo ou me jogar de encontro às pedras.
Minha mente dá sinais de estafa e não consigo mais ser quem sou, estou realmente longe de mim, não me encontro mais.
Você pisa em mim sem dó e nem piedade. Diferente das outras vezes, eu não gosto e nem quero que as coisas continuem acontecendo dessa forma. A culpa é toda minha e sempre será enquanto eu permitir que meus instintos me guiem para o lado errado. O seu lado.