sexta-feira, junho 17, 2011

Tudo começa no fim

tudo no fim

Alguns pedaços de mim residem agora no solo, por lá permaneceram até que alguém resolva varrê-los dali. Como eles foram parar ali é o que eu gostaria de saber, mas em nenhum momento me fiz essa pergunta. Tenho certo receio da resposta.

Pedaços de mim sempre caem ao solo em determinados momentos, é o velho rito da troca de pele. Momento de renovação, quando entro em uma fase introspectiva para logo depois retornar ao que eu era. Nesse período de transição assimilo os percalços do passado e penso em como usá-los a meu favor.

Trinta e poucas garrafas depois de acordar eu já estava melhor, mesmo sabendo que não ia acordar novamente.

O jardim continuava no mesmo lugar e as flores agora eram maiores. Os frutos, saborosos e suculentos, estavam à disposição daqueles com coragem suficiente para alcançá-los. Tentei algumas vezes, mas sou tolo demais para escrever um poema, ler um livro e ao mesmo tempo sorrir.

Não comprei passagem, vou a pé curtindo a paisagem pelo caminho e torcendo para chegar logo onde quer que seja. O fim da viagem é apenas o começo da jornada.

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