Tudo errado no momento em que a certeza das coisas bem feitas se dissipou no horizonte tal fumaça. Precisamente as nove e cinqüenta, como previsto, seu vôo aterrissou no aeroporto mais próximo da cidade principal do condado e ela não sabia exatamente onde esteve durante todo este tempo.
Tudo tão errado que até mesmo as coisas mais simples, que deveriam fazer algum sentido, não faziam mais. O céu nublado, a ameaça de chuva e sol encoberto, davam o tom da paisagem anunciando o longo dia que se descortinava. Ela ainda teve tempo de pensar em desistir antes do embarque, mas tomou a coragem necessária e viajou sem saber o que a aguardava.
Sonhos de momentos esparsos, lembranças de um tempo feliz e todas as idéias de felicidade duradoura não mais existiam. Onde foi parar aquele beijo? Onde se escondeu aquela flor? Quem roubou a luz?
E a lagrima caiu. Insistente, forte e tão nítida quanto à visão daquele dia. Ela desceu do avião respirou fundo e caminhou passos largos rumo à velha casa laranja de tempos atrás, sua antiga morada, seu antigo refugio.
Da janela um sorriso, da varanda um aceno e todos foram recebê-la. Seu irmão vinte quilos mais gordo, seu pai mesmo caminhando com dificuldades e sua mãe com o mesmo vestido do dia em que Samantha, a moça mais bonita de Novo Sertão, resolveu descobrir o mundo e constatou que tudo estava errado.
sábado, dezembro 31, 2011
Tudo errado
Tão bela
Tão bela tela pintada e emoldurada. Tão simples beleza exata de mulher. Sorriso simples, insistente e pleno de felicidade sutil.
Aquarela de tempos de paz em meio ao caos. Você que me olha assim como quem fosse possuir.
Pedaço nada pouco de sentimento grandioso que me da refém de alguém. Você e mais ninguém. E posso eu resistir e não sucumbir? E podemos nós resistir e não sonhar?
Escorço grafite em tons pasteis de traços livres ao luar. Paixão de segundas, terceiras e muitas intenções. Amor infinito, beijo doce em mares do sul com o céu azul a testemunhar.
Lagrimas que se secam ao sol. Acrílica de nós embaixo dos lençóis. E lá se foi mais um ano.
Feliz ano que virá!
sexta-feira, dezembro 30, 2011
Pise em mim XVI
Chama de chão e pisa em mim. Faz tapete do meu ser e passeia por cima de mim como se estivesse na passarela de seus mais profundos sonhos.
Usa e abusa do que é seu.
Seus pés desnudos caminhando lentamente, vagando pelos cantos da casa, tateando o solo e encontrando colo em meus braços. Suas esguias pernas entrelaçadas ao meu corpo, seu dorso exposto e um sorriso em seu rosto.
Gosto de te ver assim despida das amarras que nos são impostas pela sociedade, as tais “regras” de conduta. Gosto de te ver plena, serena e leve a flanar no ar.
Quero você assim, porque minha. Sinto você assim, porque mulher.
quinta-feira, dezembro 29, 2011
Inexplicável
Um desses seres letrados e versados na arte do viver se deparou com o amor e sucumbiu. Todos vão um dia perecer frente à paixão. É avassalador o processo de deterioração de um coração enamorado.
Uma biblioteca inteira não pode e nem sequer pretende, explicar o amor e suas variações. Não existe explicação para o que se sente. É forte, bonito e por vezes, muitas, cruel.
Desvarios são cometidos como se fossem a coisa mais normal. Canções são entoadas debaixo das soleiras e juras são feitas mesmo sabendo que não serão eternas.
Quando tomados de assalto pelo sentimento maior, o bem querer do amor, não importa o quão conhecimento você tenha ou o quão forte você seja.
Quando acontece inebria, entorpece e até, em alguns casos, adoece.
quarta-feira, dezembro 28, 2011
Os cinco mais
Esse ano resolvi listar os cinco posts com mais acesso desde que o blog existe. Além de listar esses cinco posts, vou comentar a minha visão ao escrever cada um deles.
Cada um faz uma leitura particular e tem uma visão sobre o texto em questão. Gosto disso e não quero que as pessoas leiam o texto com o meu pensamento e sim que tenham a liberdade de fazerem suas próprias interpretações.
O ideal seria discutirmos essas idéias distintas, compartilharmos opiniões, mas a seção de comentários é a menos usada do blog e até mesmo na lista de emails, poucas são as opiniões sobre o que é postado.
Isso não invalida o trabalho e é algo que acontece. Poderia ser diferente, mas não o é e vamos em frente.
Ps.: Clicando nos titulos ou nas imagens, você é levado aos posts originais.
5 – Menina mulher da pele preta.
Essa é uma canção de Jorge Ben Jor que gosto muito. Gosto de compartilhar canções, textos e coisas que acho interessante, mas no caso especifico dessa canção, a imagem que ilustra o post é que me remeteu a música.
Assim que bati o olho na imagem à música me veio à cabeça. Menina mulher da pele preta. Mas a modelo é branca. E foi justamente esse contraste, essa coisa do choque e da beleza, que me levou a essa mistura.
Religião não se discute e isso é fato. Cada um professa a sua fé a seu modo. Este foi um post que gerou comentários por ora inflamados, a respeito de algo que não escrevi ou quis passar com o texto. Tanto que me vi “obrigado” a escrever uma segunda parte.
Eu tenho fé, acredito e acho que todos devem fazer isso. No texto quis desmistificar a errônea idéia de que a fé por si só seria suficiente para que as coisas acontecessem. Cruzar os braços e deixar que o acaso faça o serviço, não funciona.
Sempre vejo pessoas dizendo que um dia as coisas se resolvem, que um dia a fortuna vem e nunca vejo essas mesmas pessoas trabalhando em prol de seus objetivos. Tão importante quanto à fé é a luta diária.
Li ou vi em algum programa referencias a coisa do se estar pronto para qualquer coisa e ou situação que se apresente e pensei na mulher que apenas cobre o corpo. Sem nada por baixo, apenas um “pano” por cima do corpo e nada mais.
O que começou com um post, hoje são vários formando uma série de posts sobre o mesmo tema. Especificamente o terceiro da série caiu no gosto das pessoas e é coincidentemente o terceiro mais acessado / lido do blog.
2 – Picanha Suína
Em algum momento, não sei por que, resolvi publicar algumas receitas culinárias. Perdi um pouco a definição do que eu esperava que fosse este espaço e comecei a postar de tudo um pouco, inclusive receitas como se eu fosse um exímio cozinheiro ou conhecedor do assunto.
De todas as poucas, graças a Deus, receitas que publiquei, esta foi e ainda é uma das mais acessadas.
1 – Morena por opção, loira por vocação.
Este foi um dos posts mais descompromissados que escrevi. Apenas pensei em uma mulher ruiva, é difícil encontrarmos uma de nascença, que resolve mudar a cor dos cabelos e age como se fosse outro tipo de mulher.
Quis “brincar” com essa coisa dos estereótipos de loiras, ruivas e morenas. As loiras chamam mais atenção, as morenas são mais recatadas, as ruivas são do mal e toda a sorte de crendice popular que envolve a cor dos cabelos.
A personagem apenas não tem vergonha em se assumir e em nenhum momento quis retratá-la como uma qualquer. Ela é uma mulher livre no pensar e no agir.
Como o feedback é inexistente na maioria dos posts, não sei o que levou este, a ser o mais acessado do blog até hoje. A imagem não é tão chamativa quanto à de outras postagens e o texto apresenta uma história comum.
Particularmente tenho muitos outros posts que considero mais o meu estilo que este, mas todos fazem parte da história e se as pessoas que visitam o blog o fazem por causa dele ou de alguma forma são levados a ele, eu fico feliz.
Ps.: Escrevi uma segunda parte e essa segunda parte tem ínfima quantidade de acessos / leitura.
terça-feira, dezembro 27, 2011
Fera
Você é coisa demais
Que mau eu não saber lidar
Com tudo isso de uma vez
Eu sei, mas eu vou dar tudo
Vou enfrentar um mundo assustador
Pra conquistar o coração da fera
Que me fere com amor
Cai o sol no mar
É um milagre eu não me afogar com a tarde
Sou quem arde cego de paixão
Abra a porta então
Deixe eu pensar que por ser assim sou amado
Perdido ou desejado,
Estar contigo me faz tão bem
É amor, bem
E eu nem sei se você vai me amar
Ninguém, só você, meu bem
Pode fazer meu coração sofrer.
Djavan
Mandamentos da nova era
Toda a exposição é desnecessária e até que se prove o contrário à necessidade de se expor está contida na falta de visibilidade.
Como o que somos, temos essa vontade de nos fazermos presente e por essa vontade somos levados a exposição desmedida.
Mostramo-nos nas fotos mais intimas, fotos que não deveriam existir. Por se tratarem de íntimos, esses momentos, deveriam ficar na memória e não em um álbum de retratos. E o pior, por vezes virtual.
Exibimo-nos em comentários pré e preconceituosos a respeito de pessoas, fatos e toda uma gama de coisas que não deveriam fazer parte do nosso cotidiano. Apedrejamos mesmo só tendo ouvido uma parte da história e somos juízes implacáveis.
Lutamos por causas apenas com um teclado e um mouse. Retransmitimos nossa indignação a quantos possam ter acesso a campanha virtual de mobilização das massas. Animais serão salvos porque sua imagem foi “curtida” por milhares, a violência será extinta porque é um dos assuntos mais comentados do momento e todas as mazelas do mundo pedem apenas que não quebremos a corrente de emails.
Estamos na vitrine do novo século, estamos na tela diminuta do celular e no telão dos monitores que ornam as salas. O que antes era exclusivo hoje depende unicamente da quantidade de celulares disponíveis no local. Não buscamos o anonimato, queremos ser localizados pelos satélites e ter a nossa vida narrada em alto e bom som pelo William Bonner em um especial da Globo.
Sinto e por isso mesmo, por esse sentir, que posto. Gosto e por isso mesmo, por esse gostar, que “curto”. Faço, estou, sou e por isso mesmo, pela minha imagem, que me mostro.
Estes são os mandamentos da nova era.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
Curto circuito
Quem sou eu?
Não sei quem sou quando estou com você
Me sinto artista de cinema
Esqueço de qualquer problema...
Onde está?
O meu juízo aonde foi parar?
Perco o sentido é só você chegar
Com essa vontade de me namorar
Valeu... conhecer você, valeu
A gente se envolver, valeu
Deixar você entrar na minha vida
Apontei, meu coração e atirei
Apostei nessa paixão e te ganhei
Meu amor, esse amor que balança você
Faz a cuca girar, faz o corpo tremer
É um curto circuito aqui dentro de mim
Que explode no peito quando eu tô a fim
Mumuzinho
domingo, dezembro 25, 2011
Hoje é dia do rei 3
E quando as sombras se iluminaram e o sol apareceu, você sumiu. Parabéns!
Hoje é dia de todos os corajosos de plantão que sobem em arvores e admiram o céu antes mesmo do por do sol. Hoje é dia dos poetas e dos loucos da classe A, hoje é dia de viver.
O rei mandou as coisas acontecerem e elas simplesmente tornaram-se mágicas. Um sorriso, o seu sorriso, mudou o dia e logo depois das dez da noite perdi o sono. Não fomos mais cedo para o lado certo, antes cruzamos as esquinas do lado errado.
Obedeço porque é o que tem que ser feito. Sou feliz porque é assim e pronto!
sábado, dezembro 24, 2011
Viviane 2
Subiu descalça a passarela, passou correndo pela tela e iluminada como flor tão bela, sorriu e descobriu que estava ali pronta pra brilhar como a luz do sol.
Desceu e caminhos percorreu, foi mais veloz e tão feroz que eu não consigo acreditar que ela hoje está em seu lugar a me esperar.
Superou a desilusão, foi devota da paixão e ao amor que sempre teve foi fiel. Nunca lágrima verteu e em tudo o que viu foi o que não resistiu e correndo consumiu. Teve glórias, vitórias, derrotas e sonhos.
Viviane que me ajude a cuidar de meus delírios e pequenos desvarios, tempestades de verão em momentos de solidão.
Subiu descalça a tela iluminada, passou correndo pela passarela e tão bela como a flor, descobriu que a luz do sol brilhava quando sorria.
Não acreditei e hoje ela é tão feroz e veloz quanto quando percorreu os caminhos depois de descer e ficar a me esperar em seu lugar.
Foi fiel a paixão, devota do amor e da desilusão que nunca teve. Consumiu o que não viu e resistiu correndo. Sonhos, glórias, derrotas e vitórias teve mais do que ninguém.
Meus desvarios, pequenos delírios em tempestades de solidão no verão. Ajudou-me Viviane a cuidar.
sexta-feira, dezembro 23, 2011
Vanessa 2
Acordada depois de um sonho especial Vanessa não podia acreditar que tudo o que mais queria estava acontecendo. Seus olhos brilhavam de contentamento e quem visse seu rosto não teria dúvidas em afirmar estar diante de uma mulher completamente realizada e feliz.
Vanessa acabara de ser promovida a gerente, foi pedida em casamento por seu namorado e contava os dias para férias românticas em Paris. Ela até chegou a duvidar de tantas coisas boas ao mesmo tempo, mas era tudo real, estava mesmo acontecendo.
Com vinte e cinco anos e uma vida pela frente, ela um dia chegou a desanimar e foi no começo de 2005, quando tinha apenas dezenove anos, que Vanessa conheceu Henrique, terminou o curso de administração e ingressou em uma multinacional.
Hoje Vanessa está realizada e só tem apenas uma única preocupação imediata, se seu vestido de noiva não vai ficar preso em sua cadeira de rodas.
De volta ao começo
E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Roupa Nova
quinta-feira, dezembro 22, 2011
Suzana 2
Com o diploma em uma das mãos, a bolsa na outra e no pensamento a certeza do dever cumprido, Suzana desembarcou na estação central rumo ao prédio mais alto da cidade. Cinqüenta e cinco andares a separavam de seu destino e elas os transpôs dentro do imponente elevador espelhado que conduzia mentes iluminadas e outras nem tanto, todos os dias.
Três toques na porta e uma linda loira trajando um tailleur impecável a atendeu recomendando que esperasse em um imenso sofá aveludado. Suzana não estava preocupada em pensar nos acontecimentos que a levaram até aquele momento, ela pensava em como as coisas eram lindas e limpas. Tapetes brancos e macios, mesa organizada e livros na estante dispostos em ordem alfabética.
Duas horas e meia depois e já cansada de tanta espera, Suzana foi chamada ao salão principal. Caminhando com tranqüilidade, ajeitou o vestido, cuidou do generoso decote e sorriu quando sentou de frente para seu interlocutor.
- Passado, presente e futuro em um só paradigma. Teorias escritas a partir de fragmentos dispersos. Comente.
- Com base fundamentada em Backydrington posso afirmar que os sentidos de espaço e tempo não competem entre e si, muito menos se encontram na porção exata do todo. Eles apenas tentam coexistir, mas por meros segundos poderiam ser descritos em conjunto. Diria milésimos de segundo, menos ainda.
- Fragmentos?
- Não tão dispersos. Como já disse, milésimos de segundo separam as noções e a temporalidade é sentida no todo como que maior do que realmente é.
- Podemos então dizer que o agora em uma fração de milésimos de segundos foi o futuro e será o passado?
- Sim e não. Você está certo em parte, mas errado também. Não podemos trabalhar com essa noção espacial ou com diz Backydrington: “O tudo nos leva ao nada e o nada não é tudo. Existe algo mais”
- Perfeito. A vaga é sua. Você começa amanhã.
Com imenso sorriso no rosto Suzana desceu os cinqüenta e cinco andares que a separavam da recepção novamente dentro do elevador espelhado e enquanto se olhava no espelho e sorria, foi rasgando devagar cada parte de seu diploma. Encostou-se ao balcão do bar mais próximo, pediu uma dose da cachaça mais vagabunda que houvesse no estabelecimento e depois de tomar três doses da mesma praguejou em alto e bom som todos os anos gastos em horas de estudo.
Gargalhando pagou a conta, caminhou alguns metros e jogou os restos de seu diploma rasgado no lixo. Atravessou a rua e parou no meio dela, foi atropelada por um caminhão que não conseguiu se desviar. Morreu ali mesmo, comprovando que sempre existe algo mais.
Nós queremos
Você diz de qualquer maneira que não está contando para nada mais comigo. Você diz, você quer, como todo mundo quer, me ver pelas costas.
Você fala em alto bom som, até perder o tom, que eu não sou sua primeira proposta. Você diz, você quer, como todo mundo quer, esperar a resposta.
Só que ela não virá.
Estou no meio do furação, chamando seu nome em vão, fazendo coisas que não sei fazer. Um dia vou aprender.
Já passei da idade de só ter coragem, quero um pouco do seu medo de crescer, não tenho nada a perder.
Você diz, eu digo também.
Você quer, eu quero também.
Como todo mundo quer, conhecer a verdade. Só que ela não existe.
quarta-feira, dezembro 21, 2011
Simone 2
- Na casa de Suellen eu não trabalho mais.
- Você não trabalha na casa de ninguém menina, deixa de bestagem!
- Bestagem porque não é você que area aquelas panela.
- Hoje em dia muié arear panela é fácil, tá cheio de produto que faz isso. Tem até Veja pras panela. Antes era só pros ajulezo.
- Tu tá por fora mesmo né... Panela tu não pode arear com qualquer coisa não. Essa coisa de Veja não funciona, tem que ser com sabão de coco.
- Tá vendo porque você se ferra, em vez de usar os produto tudo que são feito para isso, quer ficar usando coisas que nem minha vó mais usa. Menina hoje tudo é moderno, até conta a gente não paga mais no banco.
- Ué e paga onde?
- No computador. Coloca aqueles risquinho lá na tela, digita a senha e pronto.
- Ah e o comprovante? Não gosto destes trecos não, prefiro ver o caixa contando meu dinheiro nota por nota e me devolvendo o papelzinho carimbado que depois eu esfrego na cara dos homi se eles vierem me cobrar alguma coisa.
- Mas muié o comprovante fica lá no computador e se te cobrarem você mostra a tela pros homi.
- Fala tu! Você já pagou tuas conta assim?
- Claro que não, o patrão disse que usar o computador na Lan House é perigoso, que eles olham o que você está fazendo, ficam te vigiando. E lá em casa, você sabe, os meninos só querem saber de joguinho e Orkut.
- Então fica aí falando que é moderno, mas sabe que é perigoso. Eu não confio nesses troços. Que nem esses aparelho, que só entulha a cozinha, de cortar legume. Madame compra isso e depois perde o maior tempão pra cortar cenoura.
- Ah isso eu também não gosto. Descasco a minha cebola rapidinho e sem choro. Esses aparelho nunca vou usar, isso é coisa de pessoa fresca. Por falar em fresco, você foi à feira essa semana? Viu o peixe do Ademir?
- E não vi. Menina que bonito de peixe que ele trouxe, mandei a patroa comprar logo dois e fiz com leite de coco pro almoço. Ainda aproveitei e levei sardinha pra fritar na janta lá em casa. Passei no Naldo, comprei duas Itaipava de litrão e me esbaldei vendo a novela.
- Peixe como aquele benza Deus, é ruim de vê por aí. Ia comprar também, mas a patroa reclamou que tava enjoada de peixe, que queria comer frango e que deixava cheiro na casa toda. Tú nem me chamou pra comer uma sardinha, vai vendo...
- Não chamei porque não te vi. Subi, passei pela tua casa e as luz tava tudo apagada, não gritei. Fritei as sardinhas correndo para não perder a novela. Você viu que mulher ruim, deu pro marido da outra só de raiva.
- Mas não é! Dá uma raiva dessas coisa, vontade de entrar na televisão e dá nela. Ele também é safado, quer tirar o dinheiro dela e está mancomunado com aquele menino, que é filho dela, o coisa ruinzinha.
- Só Jesus na vida dessas pessoa, só Ele mesmo. O outro lá, o viadinho, menina o melhor personagem da novela. Aquele menino está dando um show.
- Papo tá bom Simone, mas chegou minha estação, deixa ir lá. No final de semana tem churrasco na laje da Maria tu vai? Eu vou, mas minha patroa quer que eu dê um jeito no armário dela, vou chegar depois das duas.
- Nos encontramos lá então. Vou cedo que fiquei de ajudar na maionese e minha patroa deu folga nesse dia que ela vai pra Petrópolis na sexta. Dá um beijo nas criança.
- Dô sim fica com Deus.
Tem dias
Tem dias que me sinto bem, tem dias que me sinto zen. Tem dias em que está tudo azul e em outros é tudo breu.
Tem dias em que nem eu. Tem dias em que só nós. Tem dias assim e outros assados.
Tem passado e tem presente. Tem alegre e tem mais alegre ainda. Tem tudo e não temos nada.
Acontece que estamos distantes de muita gente e perto de muita coisa. A conexão é falha e em nossa individualidade latente já não somos contentes com o que temos. Precisamos de mais do que realmente devemos ter ou merecemos.
A ilha está pequena demais para nossos sentimentos de dominação mundial. As palavras hoje têm mais importância do que os atos. Uma frase postada ao leu, sob o manto de uma rede “social” tem mais poder de destruição do que a mão que bate.
O foco está direcionado para as coisas erradas, para o nada. Nossa prioridade deveria ser a vida, a nossa e não a alheia.
Enquanto não mudarmos de postura de nada adiantará culparmos as ditas redes “sociais” ou o que quer que seja, pois os culpados somos nós mesmos.
terça-feira, dezembro 20, 2011
Renata 2
Gata no cio em cima do fio. Pura lascívia em noite quente de verão.
Enquanto lá fora a cidade explodia e era só agito, dentro de seu quarto enfiada nos lençóis Renata tremia e gemia.
O responsável por toda sua alegria, uma mistura de tesão, amor e paixão, era Luciano seu mais novo namorado. Dois anos mais velho que ela, Luciano não fazia o tipo sarado e muito menos o nerd. Ele era um desses caras normais que aparecem de vez em quando em um barzinho qualquer e consegue a moça mais bonita.
Renata estava solitária no dia onze de março, uma sexta feira, e resolveu beber alguma coisa no bar mais badalado da cidade. Lá encontrou várias amigas, riu um bocado, bebeu outro bocado e deu de cara com Luciano.
Ele comentou alguma coisa sobre sua roupa, ela estava de vestido. Ela percebeu que ele calçava um tênis velho e começaram a conversar sobre as noites quentes. Terminaram comendo um cachorro quente em uma barraquinha na esquina da casa dele e se despediram às seis da manhã.
Não se viram ou se falaram até o dia vinte e um de julho, quando Renata o convidou para comer uma pizza. Luciano não pode ir, mas mesmo assim marcaram de se encontrar no final de semana no mesmo bar em que se conheceram. Dessa vez foi Renata que não pode ir e Luciano não se preocupou, bebeu o quanto deu, foi para casa e decidiu que iria vê-la de qualquer jeito pela manhã.
- Oi.
- Oi.
- Você continua a mesma.
- E você ainda não comprou outro par de tênis.
- Já conseguiu remover a mancha de mostarda do vestido?
- Comprei outro.
- Só não encontrou alguém para me substituir.
- Não quis, assim como você também ainda se lembra daquela mostarda.
- Como esquecer aquele seu olhar me fuzilando por conta do vestido manchado.
- Você tem a intenção de ficar conversando aqui no corredor por muito mais tempo?
Dia vinte e quatro de Dezembro exatamente às oito da manhã Renata se levantou e atirou os tênis velhos de Luciano pela janela. Ele talvez sentisse falta deles, mas ela não ia precisar vê-los nunca mais.
Um furo a toa
Quem procura perfeição não deve buscar a mesma em seres tão sujeitos a mudanças bruscas de temperatura e pressão. Quem procura por algo que não existe, nunca vai encontrar ou até vai encontrar, mas não o que procura.
Em minhas preces pedi exatamente alguém como você, com todas as suas qualidades, essa beleza única e também, porque não, seus inúmeros defeitos.
O positivo sempre vai precisar do negativo e vice versa. Todos somos inconstantes.
Desde que as coisas se mantenham tudo será permitido e tolerado. Desde que não percamos o controle dá situação, aquela sua lingerie de tempos atrás será perfeita para uma noite tórrida. Mas ela pode não estar em tão bom estado assim e nesse caso você deve pensar um pouco antes de se decidir por ela.
Mais ou menos como tudo na vida, temos de saber até quando podemos manter uma situação, usar uma determinada peça e nos cuidarmos.
Não se culpe por não ser aquela que conheci há alguns anos atrás e nem se mate para voltar no tempo. Eu também não sou aquele que você conheceu anos atrás. Nós não podemos é deixar que chegue a um ponto muito critico.
segunda-feira, dezembro 19, 2011
Milena 2
Passou no mercado comprou duas cebolas, uma cabeça de alho e se foi. Rua a fora descendo a avenida movimentada passou pelo vendedor de frutas, deu bom dia ao jornaleiro e continuou seu caminho.
Chegou em casa as nove, descascou as cebolas, picou o alho e iniciou o refogado. Em vinte minutos o arroz já estava pronto e ela exatamente às onze horas, se sentou a mesa e comeu seu prato de arroz com carne moída.
Subiu às escadas do prédio em meio ao caos de caixas de mudança as duas da tarde, chegou cansada ao apartamento do décimo andar e parou de tocar a campanhinha quando a porta se abriu.
Jogou-se nos braços de Roberto e às seis da tarde tomou seu demorado banho e desceu as escadas já sem mais as caixas da mudança. Deitou-se às dez da noite e dormiu tranqüila mais uma noite.
Às sete da manhã estava de pé e passou no mercado as oito para comprar duas cebolas e uma cabeça de alho.
Um bom rabo
Longas madeixas presas em um único e vigoroso rabo de cavalo podem mudar a dinâmica das coisas. Pense bem.
Pense na nuca desnuda, no sorriso insistente e no olhar penetrante, que diz aquilo que palavras não podem expressar.
Uma presilha ou um laço formando um lindo rabo de cavalo é uma das coisas mais simples que uma mulher pode fazer, mas também uma das mais sensuais.
Ao invés de ficar sempre no tradicional solto ou no ondulado cheio de cachos de sempre, experimente o antigo e bom rabo de cavalo.
domingo, dezembro 18, 2011
Mariana 3
Toda noite Mariana
Solitária estrela brilha soberana
Ele sorri luzindo só pra mim
Vem se chegando e me deixando assim
O dia passa e eu só na janela
Desejando a noite e o carinho dela
Porque um momento só sem Mariana
É treva, breu, escuridão sem fim
Toda manhã no céu da minha cama
Solitária estrela acende seu olhar
Mas se uma nuvem cobre sua chama
Eu fico louco pra ela desaguar
A noite passa e eu acendo vela
Pra passar a vida toda perto dela
Porque um momento só com Mariana
É fruta doce leite e mel sem fim
Vem, Mariana, vem Mariá
O dia que vem raiando
Tá te esperando pra clarear
Vem, Mariana, vem Mariá
Um dia sem Mariana
É um dia sem pé nem cabeça
Bia Krieger
Mariana 2
Toda despedida enseja um novo começo, mas toda despedida é também um momento de sentir saudades. Saudades de tudo o que foi vivido, conquistado e de todas as coisas que sempre nos fizeram bem.
Ver Mariana partir e nada poder e nem querer fazer, me deu a exata noção de como somos apenas instrumentos, peças do jogo da vida. Ficam as lembranças e vai-se o sorriso, a beleza, o perfume e todo o encanto.
Permanecem os contos, vai-se a inspiração.
O vento levou Mariana para longe e com ele, ela foi fazer morada sem destino certo, mas com rumo à felicidade. Foi seguir seus desígnios, foi fazer o que devia e brilhar com toda sua energia em algum outro lugar.
Vai sem medo Mariana, vai com esse seu jeito meigo e usa toda a sua verdade e sinceridade, para conquistar ainda mais. Abra sempre esse sorriso, faz “coelhinho” quando der vontade e nunca se esqueça de que lá trás, você marcou e vai ficar marcada em muitos corações.
Ps.: Esse post é especialmente dedicado a você.
Na minha frente
Vai se trocar? Que bom.
Posso assistir? Que bom.
Não tem nada haver com a coisa do sexo, que pode até acontecer, mas tem haver com o momento e com a sensualidade que ele transmite. Lhe ver ali trocando de peças, escolhendo cuidadosamente cada pedaço de pano que vai cobrir cada parte do seu corpo, é algo que faz bem ao meu olhar.
Não é o stripe tease da coisa, é você ali. Você não está preocupada em ser sexy ou parecer fatal, você está apenas se vestindo e se despindo ao mesmo tempo. Eu estou a admirar.
Vestidos caem, vestidos cobrem. Blusas saem, camisas sobem. Você troca de roupa da forma mais natural possível e eu me incendeio por saber que algumas horas depois vou poder refazer todo o processo, só que desta vez apenas tirando e atirando longe cada uma dessas peças.
sábado, dezembro 17, 2011
Maria 2
Maria, Mariaaa...
essa menina vira minha cabeça
celular tá desligado
se eu ligo em casa ela nunca esta
o nome dela qual é?
Maria, Maria
por essa menina que eu me apaixonei
dizem que ela faz programa
todo fim de semana
faça sol, faça chuva tá sempre bem cheirosa
adora pagode, adora noitada
tá sempre esplendorosa
quem vê a Maria não se engana
e ela gosta de dinheiro
estourou o meu cartão
e ela deve estar aqui
Maria, Mariaaa...
essa menina vira minha cabeça
celular tá desligado
se eu ligo em casa ela nunca esta
o nome dela qual é?
Maria, Mariaaa...
é minha menina
por essa menina que eu me apaixonei
dizem que ela faz programa
todo fim de semana
Quando é nas favelas, no baile funk rebola sem descanso
tem corpo sarado, botou silicone mantenho a esperança
Minha Maria não me engana
ela só gasta o meu dinheiro, estorou o meu cartão
e ela deve estar aqui.
Maria vai ter um bebê, mas eu sou estéril ela não sabe
(huuu que lerda!)
Maria é da Universal
(aleluia irmão)
essa igreja faz milagre.
Grupo Molejo
Vá de preto
Não sou bom em escolhas, ainda mais quando essas escolhas se referem às peças que você guarda dentro do armário. Te acho linda do jeito que é, mas não é por isso que escolho mal quando você me pede uma opinião sobre o que vestir.
Não nasci com genes de moda ou algo parecido. Sei a diferença entre o verde e o amarelo, apenas não acho que você fique com cara de bandeira do Brasil quando os combina.
Peça a minha opinião para compra do carro novo, para a escolha do restaurante hoje à noite e até para o filme que vamos assistir no cinema na próxima semana, mas não me peça para lhe ajudar com suas roupas. Você pode se arrepender. Ou não.
sexta-feira, dezembro 16, 2011
Fernanda 2
Largou os panos, cortou o que sobrava e colocou para fora o que há muito escondia. Pernas, coxas, peitos e afins. Liberou geral para quem quisesse sua beleza admirar.
Fernanda fazia o tipo denorex, aquela que de roupa parece uma coisa e sem roupa é muito mais. Quando resolveu, depois de um surto de sentimentos confusos, se mostrar para o mundo, todos descobriram o que ela escondia.
As pernas eram esguias, as coxas não eram muito grossas, mas com a roupa certa elas ficavam na medida. Os seios eram do tamanho médio e ela não precisava de silicone para fazer com eles saltassem aos olhos dos mais atentos.
Tantos atributos assim escondidos e só mostrados porque ela percebeu que era tão mulher quanto todas as outras que desfilavam pelas ruas enas tv’s. Os homens nunca a comeram com os olhos, mas depois que a viram com tão pouca roupa e tanta coisa a mostra, se tocaram que estavam diante de material de primeira.
Gordurinha quase zero, pneus inexistentes, celulites sob controle e um sorriso de ofuscar o brilho das estrelas. Fernanda sempre foi assim, mas não acreditava em seu potencial.
Um mês depois que começou a brilhar, se encantou pelo Ivo e começou a sair com o Oscar. Casou-se com o Mauro, virou amante do Marcelo e dona de metade da cidade. E quem poderia imaginar que até pouco tempo atrás ela nem sonhava deixar os cabelos soltos.
Horas a fio
Sabe aquela linda camisa de listras. Eu a adoro. Sério, você fica muito sexy com ela e não é apenas porque estamos duas horas atrasados para o concerto que estou lhe dizendo isso.
Quando minha opinião é solicitada no momento em que você está se arrumando, ainda, para sairmos, tenha a certeza de que estamos muito mais que atrasados. Pensar que seu armário tem apenas umas mil peças de roupa me faz indagar como você pode ter tanta dificuldade de escolha.
Para mim você não vestiria nada e pronto. Como não estaremos só entre nós e em nossos lençóis, é necessário que você coloque alguma coisa, mas precisa se demorar tanto na escolha de um vestido qualquer.
Feche os olhos, imagine o horizonte e vista a primeira roupa que encontrar. Sua beleza estará bem emoldurada por qualquer peça e o seu brilho permanecerá intacto.
O relógio, ah esse desalmado, ele é que não tem muita paciência para esperar...
quinta-feira, dezembro 15, 2011
Ester 2
Folha da bananeira depois de madura caiu do pé. Quem se deitou com a Ester? Padre Antonio pediu para falar, o prefeito quis discursar e todo mundo queria saber detalhes do que aconteceu.
Cinco pras seis da manhã e o galo não despertou, o sino da igreja não badalou e Ester, a pequena Ester, silenciou. O velho carteiro se aposentou, a formosa carola a missa faltou e por pouco o mundo não se acabou,só porque ninguém explicou o que com a Ester ocorreu.
Sentado na porta do bar o bêbado desandou a falar, sabia de tudo e ia colocar toda a cidade a par. Ninguém lhe deu atenção, o soldado lhe deu voz de prisão e em segundos a confusão começou apenas porque Manoel com a Ester se casou.
Cansado de tanto senão e pensando no fim da questão, o governador uma lei decretou: ninguém mais no lugar ia da Ester comentar, pois da cidade ela iria sair, se mudar para outro lugar.
Não foi assim que tudo acabou e muito menos começou, mas foi assim que o poeta cantou, o vento levou e todo mundo acreditou.
É mesmo necessário
Essa perda de tempo com coisas tão infantis e que não nos acrescentam nada, me faz pensar seriamente se você é suficientemente inteligente. Onde foi que você se perdeu?
Gastar energia com inutilidades, discutir por bobagens. Não vamos a lugar nenhum se você começar com essa coisa de procurar respostas para todas as perguntas que você mesma inventa.
Trabalho no mesmo lugar de sempre, com as mesmas pessoas e faço mesmo trajeto para ir e para voltar. Não, não olhei para a moça da condução.
Não conversei com a menina do escritório e muito menos dei ouvidos as lamentações da caixa da lanchonete. Pare de se preocupar com coisas pequenas, você é maior que tudo isso.
Use sua inteligência para buscar novas emoções para a nossa vida e encha menos a cabeça com preocupações infundadas.
quarta-feira, dezembro 14, 2011
Elisabeth 2
E nós fugimos juntos para o interior de Goiás, fomos plantar tomates e ouvir os pássaros. Elisabeth e eu no meio de todo aquele mundo sem fim de sementes plantadas, regadas, adubadas e prontas para darem seus frutos.
Já conheci muitas, nenhuma igual, Elisabeth sempre foi única em tudo o que fez. Católica apostólica romana, de freqüentar a missa todos os dias no mesmo horário, ela nunca usou o santo nome em vão. Passou dois anos inteiros ao lado de seu pai em seu leito de morte e só aos 36 anos se deu conta de que ainda precisava viver.
Inscrita na meia maratona ficou em quinto lugar, participando de um campeonato de xadrez foi décima colocada, cantando sua música preferida foi eliminada em um concurso de calouros. Mudamo-nos para Goiás, bem lá no interior e lá, ela cantou novamente.
Dois filhos depois, já com alguns anos acima dos 36 de quando começou a transformar sonhos em realidade, Elisabeth finalmente se contentou com o que conseguiu e me abandonou. Eu fiquei em Goiás, plantando tomates e cuidando da cria.
De primeira classe ela aterrissou em Londres e acho, feliz. O sorriso em seu rosto nunca mais vi, nem nos postais que manda pros meninos. Um dia ela disse que volta, um dia eu disse que vou buscá-la, um dia esses dias vão chegar.
Enquanto isso eu sigo o drama, me deito na cama e vou vivendo devagar.
Foi bom para você
Saber é indiferente, sentir é essencial. Perguntas são desnecessárias no momento em que as coisas acontecem e ainda mais depois que elas já aconteceram. O seu sorriso já me diz tudo o que eu preciso saber.
Seus gritos, seus gemidos, seus gestos, tudo em você me lembra o quanto foi prazeroso para nós aquela noite. Ouvir a sua voz, dizendo, mesmo que indiretamente e através de palavras incompreensíveis, que pude lhe proporcionar momentos inesquecíveis, é uma das melhores coisas da vida.
O silencio por vezes diz mais do que muitas palavras, mas o som que vem dos seus lábios é incomparável e por isso que você não deve se silenciar quando for mais forte.
Tão intensa onda que lhe arrebata, sobe por dentro e faz feliz. Goze comigo, para mim e vamos nos amar.
terça-feira, dezembro 13, 2011
Elaine 2
Puta eu? Vai para que te pariu você!
Profissional do sexo sim, com muito orgulho. Eu ganho a vida fazendo o que as que estão em casa nesse momento, vendo a novela das oito não fazem. E se fazem, o fazem muito mal, porque eles sempre vêm procurar por serviços bem feitos.
Fico realmente irritada quando querem me julgar ou me taxar disso e daquilo. Dou o que Deus me deu e graças e ele, tenho muita qualidade para oferecer. Ninguém de uma hora para outra escolhe ser o que é ou o que se tornou. As coisas vão acontecendo e quando vamos ver já estamos lá fazendo o que tem que ser feito.
A pessoa não nasce médico ou arquiteto, ela entra em uma faculdade de acordo com o que sua cabeça acha melhor e no meio decide continuar, para no final se formar em alguma coisa. Eu não escolhi sair dando por aí, nem entrei no primeiro bordel que encontrei e fiquei.
Comecei a dar por dar mesmo, essa coisa que achamos ser amor, paixão e o escambau. Os caras só queriam comer e dar no pé. Uns pagavam um chopp, outros uma pizza, mas no geral eles só estavam preocupados em me levar para cama e nada mais.
Sexo por sexo, assim de graça, sem sentimento algum, não tava rolando e por isso decidi, com a indicação de uma amiga, profissionalizar a coisa. Comecei meio tímida, mas logo peguei o jeito e hoje estou aqui. Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
Você me dá prazer
Tantas formas foram inventadas para que tivéssemos prazer sem a necessidade de estarmos acompanhados, mas nenhuma delas é igual a estar com você. O meu prazer pode ser solitário no momento em que eu quiser, mas é infinitamente melhor quando estou com você.
Posso ficar bêbado sozinho, mas quando estou ao seu lado me torno mais interessante.
Posso criar a formula da longevidade, mas com você o tempo não passa.
Desde que o mundo é mundo que mudamos as formas, ignoramos o obvio e procuramos o incerto. Eu achei você e desse dia em diante, não mudo as formas.
Busco sempre o obvio que é você, por mais que não seja obvio lhe ter para toda vida e ignoro o incerto porque já achei razão para ser feliz.
De zero a dez? Para que os números, meu prazer com você é inclassificável.
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Débora 2
Ouro em forma de mulher, Débora era e ainda é o sonho de consumo de todos os de bom gosto que habitam esse planeta chamado terra. Rara de se encontrar por aí, disponível para poucos e sempre consciente de seus encantos, ela se mostra altiva e plena.
Quando a conheci ela já era tudo o que é hoje e eu não me espantei, apenas me senti muito honrado por fazer parte do seu pequeno mundo e deitar-me em sua cama. Não era uma cama qualquer, era a cama de uma das mulheres mais desejadas que eu já conheci e por isso sou invejado por muitos que sonham um dia ter essa honraria.
Depois do carnaval passado nunca mais vi Débora pelas ruas e nem em seu antigo endereço. Soube que ela teve um contratempo com seu namorado e por conta disso se mudou para São Paulo. Imaginem uma morena como ela morando na terra da garoa.
Infelizmente é verdade, Débora se foi e a cidade perde com isso um pouco de sua beleza. Com tantas belezas naturais, quem não a conheceu não vai sentir tanto, mas quem como eu, deitou-se em sua cama, vai lamentar muito.
Sempre as ordens
Não parece, mas eu estou sempre a sua disposição. Há qualquer momento, quando bater aquela vontade, pode me chamar. Eu estou pronto.
O que sentimos um pelo outro não precisa ser explicado e eu gosto muito. Se é tão natural quanto acordar todos os dias, porque não praticarmos todas as horas do dia.
Sexo com você é melhor do que alguém possa imaginar, por isso, não se acanhe em me chamar sempre que estiver afim.
Que tal agora?
domingo, dezembro 11, 2011
Daniela 2
E por onde andará a bela? O que faz a fera nesse exato momento?
Sempre distante do convencional método de cura Daniela sabia que todas as metáforas estavam desatualizadas. O tempo não é remédio para mal algum, apenas curativo ineficaz das mazelas do peito.
Daniela a moça que subiu devagar os degraus da vida e sempre com altivez transformou o amor que guardava no peito em muito mais do que um simples sentimento bonito. Os livros não ensinam o que a prática nos força a compreender.
E por onde se perdeu a moça que nunca foi de ninguém? O que fazem nesse momento aqueles que sempre pensaram em tê-la como sua?
Sempre ela, uma gota de tinta a mais na tela e lá se vai Daniela. Lá se vai o calor e todo seu esplendor.
Não está tudo bem
Nunca esteve e você sabe disso, mas você não consegue me dizer o por que. Você finge que nada aconteceu e que continuamos do mesmo modo em que começamos, mas eu sei que as coisas mudaram.
Saber os motivos não vai mudar os fatos, mas vai me dar a chance de me desculpar se eu estiver errado ou de lhe ajudar se eu puder fazer algo a esse respeito. Mentir, dizer que eu não preciso me preocupar, não ajuda em nada.
Preocupo-me conosco e muito mais com você, portanto, não me diga que está tudo bem quando eu sei que não está. Não tente ser mais forte do que pode, eu não preciso de uma rocha ao meu lado.
Quando algo lhe incomodar, quando as coisas não estiverem bem, fale.
sábado, dezembro 10, 2011
Claudia 2
Quando se conheceram muito tempo atrás, pelos idos anos oitenta, a vida era bem diferente de hoje em dia e nem idade tinham para pensar em namoro, amor, sexo e todas essas coisas que só começamos a descobrir quando deixamos os brinquedos de lado.
Claudia sempre foi chegada aos brinquedos convencionais de menina. Adorava as bonecas, mas odiava as panelinhas e afins. Gostava mesmo é de fantasiar um castelo de sonhos recheado de barbies, suzys e que tais.
Chorou muito quando um cachorro arrancou a cabeça de uma de suas preferidas e só quando tinha quinze anos é que reparou que as barbies da vida real poderiam ser mais interessantes do que as que tinha dentro do armário.
Aos dezoito anos entrou na faculdade de medicina e começou a freqüentar as festinhas universitárias, sempre regadas a muita vodca, cerveja e vinho barato. Seus pais tinham medo que ela se perdesse, mas ela já se encontrava “perdida” desde o dia em que dançou a valsa de seus quinze anos e sentiu pela primeira vez o coração bater mais forte por alguém.
Apaixonou-se aos quinze, beijou de verdade aos dezesseis, gozou aos dezenove e oficializou sua união estável com Ana Luiza em Novembro desse ano.
Claudia fez planos, ignorou os dos seus pais.
Claudia tem sonhos, frustrou os dos seus pais.
Ela só quer ser feliz, amar sem olhar a quem e viver.
Cara lavada
Apague os riscos, jogue fora os lápis. Esconda os pós e os pincéis. Faça fogueira com os batons e risque a palavra “creme” do seu vocabulário.
Por hoje, pelo menos por esse dia, apenas lave o rosto e saia com a cara lavada. Dispa-se de maquiagens, enfeites e todo o resto que ofusca o seu brilho.
Arrisque-se a conquistar o mundo com seus olhos, seus lindos olhos e não com cores que nunca foram suas. Você não precisou delas para me conquistar e não vai precisar para me manter ao seu lado.
Gosto do que você me faz sentir e o que você me faz sentir é puro, simples e natural.
sexta-feira, dezembro 09, 2011
Carolina 2
Depois de tanto tempo de espera, a sua espera, eu não sei mais se quero mesmo continuar a esperar por você. Carolina você sabe o quanto eu lutei por todas as coisas que estão aqui dentro do peito, mas você também sabe que não posso mais continuar a lutar sozinho em uma guerra desigual.
Ou estamos juntos e caminhamos para o mesmo lado ou cada um segue seu rumo sem olhar para trás, muito menos dizer adeus. É assim que eu não queria que fosse, mas é assim que estou vendo que será.
Bons momentos não serão esquecidos, mas a indiferença dói. Até lhe fiz uma canção que todo mundo ouviu, mandei flores e presentes, mas mesmo assim não deu. Não vai dar. Eu sei, um dia tinha que acabar.
Feliz? Não.
Triste? Não.
Apenas sabedor que enquanto houve 1% de chance, eu me dediquei 100% a essa chance.
Aquela velha calça desbotada
Grandes momentos são aqueles em fazemos aquilo que nos dá vontade. Grandes momentos não pedem necessariamente grandes sacrifícios e por incrível que pareça, nós tivemos grandes momentos com aquela sua velha calça desbotada.
Aquela noite de frio em que o seu pijama de lã nos aqueceu. Aquele dia de verão em que apenas aquela rasgada camiseta de tempos atrás cobria o seu corpo. Todas as festas, os jantares, os eventos, os encontros, em que você não se preocupou em estar, você apenas foi. Linda.
Quando você se veste sem a preocupação de agradar, apenas com a certeza de que está confortável e feliz, usando aquilo que lhe cai bem, é quando você mais me agrada.
Não se esqueça daquele lingerie especial, mas antes de qualquer coisa, se sinta bem.
quinta-feira, dezembro 08, 2011
Vai pro inferno! 3
Tá você não me ama mais. Que merda. Mas quer saber, foda-se! Com todas as letras que o alfabeto que você conhecer possa ter.
Cansei de ser o coitadinho dessa novela sem fim em que se transformou a vida para mim. Cansei de ser o cara de todas as horas e momentos, quero e serei apenas o cara que não está nem aí se vai chover ou se vai cair uma tempestade.
Raios e trovoadas fazem parte, mas porque só da minha vida? Porque todo mundo consegue sorrir quando eu não tenho a mínima vontade de estar vivo? Porque eu me importo, apenas por isso.
Não sei ser frio quando é calor que emano do peito. Não sei deixar acontecer, passar, relevar, quando quero que as coisas sejam diferentes. Não consigo ser outro que senão eu mesmo.
Pode achar o que quiser, pensar o que der na telha e principalmente, tentar me esquecer. Não ligo, na verdade vou sofrer demais, mas vai passar. Eu passarei, você passará e tudo vai continuar.
Não me deseje sorte, apenas me deixe prosseguir e faço o resto.
Carla 2
Inescrupulosa usurpadora de mentes. Inebriante encantadora de serpentes. Inteligentemente mente como ninguém e sabe bem o que tanto quero, por isso mesmo me faz feliz.
Entediante forma de vida bela. Olhos sutis que beiram o anil e fazem contraponto com o verde Esmeralda da preciosa jóia que orna seu dorso.
Acalento que almejo em meus sonhos, canção que componho nos dias de sol. Luz que ofusca o luar, razão do meu penar.
Pelo que vivermos vou me calar e seu nome não mais pronunciar. Carla de ti, para sempre ei de lembrar.
Assim é você doce sorriso a me fascinar. Dê-me a mão e vamos juntos caminhar.
Menos é mais. Sempre
Você se excede demais em seus cuidados e isso por vezes a deixa ridícula. Sério. Confie em mim.
Às vezes você peca e tenho que lhe dizer isso. Menos é mais, lembre-se disso.
Menos batom significa mais beijos. Menos perfume significa mais abraços. Menos maquiagem significa mais rostos colados. Menos tempo gasto com preocupações sobre o que vestir, significa mais tempo juntos.
Eu gosto de você assim, do jeito que é. Aprecio quando você se arruma, quando se perfuma e gasta seu tempo e dinheiro para ficar ainda mais especial apenas para mim, apenas tenha cuidado com os excessos.